19/09/11

4.1. Tipos de Aquacultura


Na zona de Setúbal, de acordo com a Engenheira Cristina Borges, toda a produção aquícola é realizada em água salgada. Apesar das explorações se situarem na área do estuário, onde conflui água doce do rio Sado, e água salgada do Oceano Atlântico, institui-se pela DGPA que as águas estuarinas com qualquer teor de sal (superior a 0) seriam consideradas águas salgadas. É com base neste critério, utilizado pela DGPA, que se vai trabalhar a seguir.

Presentemente (reporta ao ano de 2008), o número de estabelecimentos de aquacultura activos para a região de Setúbal é de sessenta (60), distribuídos por três tipos: flutuantes (16), tanques (40) e viveiros (4).

As 16 estruturas flutuantes funcionam em regime extensivo, os 40 tanques de crescimento e engorda que funcionam maioritariamente em regime semi-intensivo, e os 4 viveiros funcionam em regime extensivo.

Em relação à distribuição dos tipos de estabelecimentos em aquacultura, verifica-se que na Lagoa da albufeira possui somente estruturas flutuantes, enquanto na Reserva Natural do Estuário do Sado, tanto existem estruturas flutuantes como tanques de crescimento de crescimento e engorda, mas são estes últimos os mais frequentes, em prol da estrutura natural do espaço.

Na fotografia seguinte, captada em pleno Verão, pode verificar-se a coexistência da actividade turística com a actividade aquicola. Os banhistas na praia e as gaiolas na lagoa.
































Fig. 10 – Estabelecimentos de Aquacultura na Lagoa de Albufeira.
Fonte: Fotografia capturada no Verão de 2007, pelo próprio.
 





Fig. 11 – Estabelecimentos de Aquacultura no Estuário do Sado.
Fonte: FERNANDES, Lúcia (2009), op cit, p. 1.
Tal como referido anteriormente, no Estuário do Sado pode observar-se com regularidade os estabelecimentos ilustrados nas fotografias a seguir.


























Se compararmos com o período homólogo (2007), verifica-se uma redução da capacidade de produção. Nesse período encontravam-se autorizados 64 estabelecimentos de aquacultura na Península de Setúbal, sendo: 15 estruturas flutuantes, 49 tanques de crescimento, e engorda e 1 unidade de reprodução. A grande quebra deu-se nos tanques de crescimento e engorda, fechando nove num só ano.[1]



A título de curiosidade, em 31 de Dezembro de 2007, encontravam-se licenciados 1554 estabelecimento de aquacultura a nível nacional (estabelecimentos de engorda), e os estabelecimentos dividiam-se entre os seguintes tipos, conforme a figura n.º 12.

Ainda em relação a este período (31DEZ07), pode dizer-se que na Região de Lisboa, basicamente na Península de Setúbal produziram-se 737 toneladas em aquacultura, tendo sido a produção sobretudo de Dourada (73%) e Mexilhão (22%). Esta produção representa aproximadamente 10% do total produzido em termos nacionais.[2]



Fig. 12 – Tipos de Estabelecimentos de Aquacultura (crescimento e engorda) a nível nacional em 31DEZ2007.
Fonte: FERNANDES, Lúcia (2009), op cit, p. 7.
 







Para concluir este ponto é imperioso referir o Projecto Seacase[3] porque apresenta valores complementares no que se refere à percentagem da produção da zona de Setúbal face ao total nacional. Por outro lado, o Projecto Seacase apresenta maior pormenor na informação, diferenciando a produção de peixes e a produção de moluscos.

Lúcia Fernandes indicou que a produção da zona de Setúbal corresponderia a 10% do total nacional, mas no Projecto Seacase esse valor ascende para 12% (neste os dados reportam a 2006), conforme figura n.º 13, ao lado.

Fig. 13 – Produção total por Regiões Produtoras de Aquacultura em produção extensiva e semi-intensiva, em 2006.
Fonte: SEACASE (S/d), op cit, p. 11.
Isto significa que entre 2006 e 2007, a zona de Setúbal apresentou uma quebra de 2% face ao total da produção nacional, o que no fundo justifica a informação apresentada nos pontos seguintes.


Na figura n.º 14, pode observar-se que esses 12% de produção total da zona de Setúbal, representam uma produção média de moluscos da ordem dos 10%, e uma produção média de peixes da ordem dos 15%. Nos próximos pontos esta informação será reforçada, pois chegar-se-á à conclusão que dos peixes é a Dourada e o Robalo as espécies mais cultivadas, e dos moluscos os Mexilhões. Estas fazem a diferença na relação oferta Vs procura (mercado).

Fig. 14 – Produção total por Regiões Produtoras de Aquacultura em produção extensiva e semi-intensiva, em 2006.
Fonte: SEACASE (S/d), op cit, pp. 12-13.
 





Para concluir, ainda citando Seacase, a Lagoa da Albufeira, e a Reserva Natural do estuário do Sado, possuem uma área de produção aquicola de cerca de 410 hectares.

Em 2006, quando foi elaborado esta informação, os 10% de moluscos corresponderam a uma produção de 336 toneladas, e os peixes a uma produção de 387 toneladas. Nessa altura as aquaculturas estavam repartidas entre: 28 pisciculturas extensivas, 19 pisciculturas simi-intensivas e 14 estruturas flutuantes para moluscos.



[1] FERNANDES, Lúcia (2009), op cit, p.8.
[2] Ibidem, p. 6.
[3] SEACASE (S/d), op cit, pp. 11-13,16.

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