Na zona de Setúbal, de acordo com a Engenheira Cristina Borges, toda a produção aquícola é realizada em água salgada. Apesar das explorações se situarem na área do estuário, onde conflui água doce do rio Sado, e água salgada do Oceano Atlântico, institui-se pela DGPA que as águas estuarinas com qualquer teor de sal (superior a 0) seriam consideradas águas salgadas. É com base neste critério, utilizado pela DGPA, que se vai trabalhar a seguir.
Presentemente (reporta ao ano de 2008), o número de estabelecimentos de aquacultura activos para a região de Setúbal é de sessenta (60), distribuídos por três tipos: flutuantes (16), tanques (40) e viveiros (4).
As 16 estruturas flutuantes funcionam em regime extensivo, os 40 tanques de crescimento e engorda que funcionam maioritariamente em regime semi-intensivo, e os 4 viveiros funcionam em regime extensivo.
Em relação à distribuição dos tipos de estabelecimentos em aquacultura, verifica-se que na Lagoa da albufeira possui somente estruturas flutuantes, enquanto na Reserva Natural do Estuário do Sado, tanto existem estruturas flutuantes como tanques de crescimento de crescimento e engorda, mas são estes últimos os mais frequentes, em prol da estrutura natural do espaço.
Na fotografia seguinte, captada em pleno Verão, pode verificar-se a coexistência da actividade turística com a actividade aquicola. Os banhistas na praia e as gaiolas na lagoa.
Fig. 10 – Estabelecimentos de Aquacultura na Lagoa de Albufeira. Fonte: Fotografia capturada no Verão de 2007, pelo próprio. |
Fig. 11 – Estabelecimentos de Aquacultura no Estuário do Sado. Fonte: FERNANDES, Lúcia (2009), op cit, p. 1. |
Se compararmos com o período homólogo (2007), verifica-se uma redução da capacidade de produção. Nesse período encontravam-se autorizados 64 estabelecimentos de aquacultura na Península de Setúbal, sendo: 15 estruturas flutuantes, 49 tanques de crescimento, e engorda e 1 unidade de reprodução. A grande quebra deu-se nos tanques de crescimento e engorda, fechando nove num só ano.[1]
Ainda em relação a este período (31DEZ07), pode dizer-se que na Região de Lisboa, basicamente na Península de Setúbal produziram-se 737 toneladas em aquacultura, tendo sido a produção sobretudo de Dourada (73%) e Mexilhão (22%). Esta produção representa aproximadamente 10% do total produzido em termos nacionais.[2]
Fig. 12 – Tipos de Estabelecimentos de Aquacultura (crescimento e engorda) a nível nacional em 31DEZ2007. Fonte: FERNANDES, Lúcia (2009), op cit, p. 7. |
Para concluir este ponto é imperioso referir o Projecto Seacase[3] porque apresenta valores complementares no que se refere à percentagem da produção da zona de Setúbal face ao total nacional. Por outro lado, o Projecto Seacase apresenta maior pormenor na informação, diferenciando a produção de peixes e a produção de moluscos.
Fig. 13 – Produção total por Regiões Produtoras de Aquacultura em produção extensiva e semi-intensiva, em 2006. Fonte: SEACASE (S/d), op cit, p. 11. |
Fig. 14 – Produção total por Regiões Produtoras de Aquacultura em produção extensiva e semi-intensiva, em 2006. Fonte: SEACASE (S/d), op cit, pp. 12-13. |
Para concluir, ainda citando Seacase, a Lagoa da Albufeira, e a Reserva Natural do estuário do Sado, possuem uma área de produção aquicola de cerca de 410 hectares.
Em 2006, quando foi elaborado esta informação, os 10% de moluscos corresponderam a uma produção de 336 toneladas, e os peixes a uma produção de 387 toneladas. Nessa altura as aquaculturas estavam repartidas entre: 28 pisciculturas extensivas, 19 pisciculturas simi-intensivas e 14 estruturas flutuantes para moluscos.
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