20/11/10

Gasolina

Palavra-Chave: Gasolina, Hidrocarbonetos, Petróleo, Combustíveis Fósseis, Automóveis, Átomos, Moléculas.


A gasolina é constituída por hidrocarbonetos, é muito utilizada nos meios de transporte, com um odor característico, é retirada do petróleo bruto através de vários processos de destilação efectuados a uma temperatura que pode variar entre os 60 e os 200 ºC. É um líquido petrolífero menos denso que a água, utilizado como combustível, como solvente ou para várias utilizações industriais. A qualidade da gasolina depende da mistura de hidrocarbonetos que for feita. (vide termo hidrocarbonetos) (Chollet, 1996:121).

À gasolina é adicionado um composto que evita que tenha uma reacção explosiva muito incerta, arrítmica. Sem aditivos a gasolina ao entrar em contacto com a faísca explode, mas a um ritmo incerto, e isso é indesejável nos automóveis. Enquanto ao adicionar um aditivo, embora diminua o poder de explosão torna esta explosão rítmica e isso facilita o movimento dos pistões no motor.

A gasolina é constituída basicamente por hidrocarbonetos (carbono e hidrogénio). A gasolina é constituída por cadeias de carbono que variam em número de C7H16 até C11H24 (entre 7 e 11 carbonos). (Chollet, 1996:121; Manahan, 2000).

Para além dos hidrocarbonetos, a gasolina contem compostos com oxigénio, compostos de enxofre, compostos de azoto e compostos metálicos, todos eles em baixas concentrações. (http://www.carroantigo.com/portugues/conteudo/curio_gasolina.htm).

Os poluentes mais comuns que os veículos que utilizam gasolina produzem são: óxidos de nitrogénio (NOx), monóxido de carbono (CO), e hidrocarbonetos não queimados (HC). (http://www.brasilescola.com/quimica/por-que-gasolina-polui.htm).

O excesso de trânsito nomeadamente nas sociedades ocidentais, alimentado por combustíveis fósseis, traduz-se numa elevada emissão de partículas para a atmosfera e desencadeia fenómenos de smog, formando uma névoa densa, com elevados níveis de poluição, causando dificuldades de respiração mesmo em pessoas saudáveis, prejudicando a flora, diversos materiais (roupas, plásticos, etc.) e a visibilidade de quem circula. Em situações estremas o smog evolui para situações de inversão térmica. (Pinto, 2004:17).

Apesar do esforço realizado pelas petrolíferas ao longo dos últimos 30 anos, para tornar a gasolina mais limpa (o chumbo deixou de fazer parte da constituição e pretende-se retirar o benzeno), ainda hoje é possível “comercializar uma gasolina 25% menos poluente que a actual em comercialização”, o que demonstra o quão longe estamos dos objectivos que nos propusemos atingir. (http://www.energaia.pt/poupe/automovel.php). Contudo, para além de ser necessário tornar a gasolina mais limpa também é necessário reduzir o consumo de combustíveis fosseis, não só porque são finitos, mas porque fazem mal ao ambiente.

O último relatório do Estado do Mundo de 2010, indica boas estratégias para reduzir essa dependência, tais como a “reorganização da infra-estrutura criando bairros onde se possa caminhar e oferecendo transporte público poderia trazer uma redução de impacto no transporte viário – que polui localmente, contribui com cerca de 17% do total das emissões de gás de efeito estufa e causa 1,3 milhão de óbitos por ano em decorrência de acidentes com automóvel.” (Assadourian, 2010:17).

A dependência da gasolina é tanta, que o seu preço atingiu em Portugal (2008) valores recordes, como se verifica na imagem a seguir.



Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEvOlNLdsLFqS7jXE4YmtRoqxKy9NWaVZ06Rd15mUHqXmB86lwKXoJ5Tis8KXbIPYYr20DMe2ne3A4kxD8rVPlYMjWbde2VHo9rlW9VjisBAdLeDxngXnaau937I1FbCuG62oQ-bFAW2w/s1600-h/gasolina.bmp, em 24NOV10.


Para concluir, citando o Professor Catedrático Jubilado Carlos Corrêa (Universidade do Porto), que tive oportunidade de ouvir discursar em conferência realizada no âmbito da apresentação de livros para o ensino secundário, e que nunca mais me esqueci, “o petróleo é demasiado valioso para ser queimado como gasolina.”
O petróleo tem variadas aplicações, desde a produção de plásticos até aos medicamentos, é um combustível fóssil, poluente e não renovável, pelo que quando se quando se queima na forma de gasolina é desperdício. Tendo isto em mente, é necessária uma mudança de atitudes perante o seu uso, para que seja mais racional e bem aproveitado.


Referências bibliográficas:
ASSADOURIAN, Erik (dir.) (2010), Estado do Mundo, 2010: estado do consumo e o consumo sustentável, 1ª ed., UMA-Universidade Livre da Mata Atlântica, Bahia.

CHOLLET, H. (1996), Curso Prático e Profissional para Mecânicos de Automóveis: o motor e seus acessórios, 1ª ed., Hemus, Brasil.

Gasolina, http://www.carroantigo.com/portugues/conteudo/curio_gasolina.htm, consultado em 20NOV10.

Gasolina, http://www.energaia.pt/poupe/automovel.php, consultado em 22NOV10.

MANAHAN, Stanley (2000), Environmental Chemistry, CRC Press online e Lewis Publishers, Boca Raton.

PINTO, Filipe (2004), Guia Prático de Acção ecológica: Poupar mais, poluir menos, Nova Gaia, Porto.

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