20/11/10

Carbono 14

Palavra-Chave: Carbono 14, Isótopo Radioactivo, Técnicas de Datação, Radiocarbono

O Carbono 14, conforme a seguinte ilustração, é um isótopo radioactivo de Carbono que se forma pela acção de raios cósmicos sobre o CO2 da atmosfera. (Méndez, 2003:170). Daí é assimilado pelo Homem, animais e vegetação. Na vegetação é incorporado através da fotossíntese, e por sua vez é também consumido pelos animais através das plantas e, posteriormente, filtra-se nos materiais arqueológicos, como por exemplo, “carvão de madeira, madeira e ossos”. (Vialou, 2005:38).

Fonte: http://4.bp.blogspot.com/_GqMr3MW7MWI/TJkrygPKjcI/AAAAAAAAAOs/uECRLgVYviI/s1600/carbono_14.jpg, em 30OUT10.


Nos Planeta existem três isótopos de Carbono, o Carbono – 12, que representa 99%; o carbono – 13, que representa 1%; e o Carbono – 14, que representa uma parte por trilião do carbono na atmosfera (0,0000000001%). Apesar de serem três isótopos diferentes, não diferem significativamente nas suas propriedades químicas. O Carbono 14 possui um núcleo de 6 protões e 8 neutrões, e a sua massa atómica é de cerca de 14,003241 amu. (Kamen, 1963:584; Manahan, 2005:234-235).

O Carbono 14 foi descoberto por Martin Kammem e Sam Ruben, discípulos de Willard Frank Libby, no Laboratório de Radiação da Universidade da Califórnia, em Berkeley, no ano de 1937, mas foi apenas em 1946 que Libby pensou em utilizar o carbono-14 para fazer datações de matéria, e só em 1952 é que publicou os primeiros resultados satisfatórios, conforme se verifica na prestigiada revista Science, publicada pela American Association for the Advancement of Science. (Kamen, 1963:584). Em descoberta valeu a Willard Frank Libby, em 1960, o prémio Nobel da Química. (Vialou, 2005:37).

Apesar de existirem diversos isótopos radioactivos, o Carbono 14, também designado por C14, pelas excelentes propriedades que apresenta é o mais utilizado pela Arqueologia nas datações Radiométricas. (Vialou, 2005:37-38). Das várias propriedades, destacam-se o facto de existir em suficiente abundância para proporcionar amostras adequadas à medição, bem como o seu tempo médio de vida, 5730 anos. Qualquer ser vivo tem, ainda que em pequenas quantidades, C14 na sua constituição. (Manahan, 2005:234-235).

O inicio do calculo da idade começa com a morte do organismo em estudo. A partir desse momento, o C14 já se relaciona com o meio exterior (alimentos e CO2 atmosférico), através do qual o nível do mesmo começa a diminuir. O nível desse momento é depreendido tendo em conta todos os processos que constituem e diluem o C14, ou então comparando-o com amostras existentes de idade conhecida. (Méndez, 2003:170; Vialou, 2005:38).

Para medir a radioactividade remanescente nas amostras, utilizam-se uns aparelhos chamados ciclotrões, que medem o grau de energia de cada partícula. A partir destes dados é fácil determinar a idade do material em estudo, já que conhecemos o tempo médio de vida do C14. Actualmente, o sistema foi de tal forma aperfeiçoado que permite a utilização de amostras muito pequenas, diria mesmo, microscópicas.


Referências Bibliográficas:
KAMEN, Martin (1963), Early History of Carbon-14: Discovery of this supremely important tracer was expected in the physical sense but not in the chemical sense, Revista Science, Vol. 140, disponível em http://www.sciencemag.org/cgi/pdf_extract/140/3567/584, acedido em 30OUT10.

MANAHAN, Stanley (2000), Environmental Chemistry, CRC Press online e Lewis Publishers, Boca Raton.

MÉNDEZ, Sergio (2003), «Carbono 14» in Atlas de historia de América, Limusa, México.

VIALOU, Águeda (2005), Pré-história do Mato Grosso: Santa Elina, Vol. I, edição da Universidade de São Paulo, São Paulo.

Sem comentários: