20/11/10

Eutrofização

Palavra-chave: Eutrofização, Poluição Aquática, Enriquecimento em Nutrientes, Blooms de Algas, Deterioração da Qualidade da Água.


A eutrofização é um processo que se verifica com frequência nas reservas de água fechadas, como lagos, charcos, pântanos, e em alguns rios e albufeiras, onde não existe movimentação nem renovação das massas de águas. (Fulgencio, 2007:273).

A eutrofização nas Lagoas das Sete Cidades, retratada na imagem seguinte da responsabilidade do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, ilustra as consequências da utilização excessiva de adubos nos terrenos periféricos.





Fonte: http://desertosedesertificacao.blogspot.com/2008/09/eutrofizao-da-lagoa-das-sete-cidades_09.html, acedido em 30OUT10.


Segundo a professora Cristina Carapeto, “a eutrofização é um processo natural que ocorre, virtualmente, em todos os corpos de água, (…) é lento e faz parte do que se pode chamar o envelhecimento geológico do lago.” (Carapeto, 1999:46).

Os cursos de água ao alimentarem as reservas de água identificadas em cima, estão a aumentar-lhe o seu teor em nitratos e fosfatos, ambos elementos nutritivos, que “resultam da contaminação de origem industrial e agrícola, com efeitos negativos sobre o equilíbrio dos ecossistemas.” (CMS: online; Fulgencio, 2007:273).

As águas com elevadas densidades de nutrientes tornam-se turvas, opacas, normalmente de cor verde ou castanha. A “acumulação gradual de nutrientes e biomassa”, simultaneamente com o “aumento da produtividade e diminuição média da profundidade da coluna de água”, devido à acumulação de sedimentos, forma por vezes “consideráveis tapetes flutuantes” que dificultam a penetração da luz solar em profundidade e assim impedem a realização da fotossíntese pelas plantas em profundidade. (Carapeto, 1999:45-46).

Em detalhe, numa primeira fase, o progressivo aumento da sua concentração provoca o desenvolvimento intenso de determinadas espécies vegetais, incluindo algas e infestantes, que consomem rapidamente o oxigénio das águas de profundidade média. A ausência de oxigénio condena a médio prazo a existência das outras espécies, sobretudo dos animais. Numa segunda fase, a massa de matéria orgânica sedimenta e, ao decompor-se, provoca a desoxigenação das águas profundas, criando condições de redução que levam à sua acidificação. (Carapeto, 1999).

Com o decorrer do tempo, a eutrofização pode destruir toda a vida existente numa massa de água estagnada, impedindo o funcionamento e utilização dos ecossistemas aquáticos. Se este processo decorrer de forma acelerada, que tem como consequência a diminuição do nível de oxigénio e do pH da água, pode culminar no extermínio da fauna e da flora, e reduzir significativamente a qualidade da água para consumo humano. (Fulgencio, 2007:273).

O desenvolvimento das algas fitoplanctónicas pode ocorrer onde se detectem os nutrientes inorgânicos e vitaminas a seguir, mesmo que alguns existam em reduzidas quantidades (Carapeto, 1999:47):

1. Nutrientes: Carbono (C), Enxofre (S), Sílica (Si), Ferro (Fe), Cobre (Cu), Cobalto (Co), Nitrogénio (N), Potássio (K), Sódio (Na), Manganésio (Mn), Boron (B), Vanádio (V), Fósforo (P), Magnésio (Mg), Cálcio (Ca), Zinco (Zn), Molibdénio (Mo);

2. Vitaminas: Tiamina (B1), Cianocobalamina (B12), e Biotina (B8).


Referencias Bibliográficas:
CARAPETO, Cristina (1999), Poluição das Águas, Universidade Aberta, Lisboa.

CMS (S/d), Eutrofização, disponível em http://www.cm-sintra.pt/Artigo.aspx?ID=4433, consultado em 30OUT10.

FULGENCIO, Cesar (2007), «eutrofização» in Glossario - Vade Mecum: administração pública, ciências contábeis, direito, economia, meio ambiente, editora Mauad Editora, Rio de Janeiro, p. 273.

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