20/11/10

Átomos Isotópicos (Isótopos)

  
Palavra-Chave: Isotópicos

Quando dois ou mais átomos do mesmo elemento químico possuem o mesmo número atómico (Z) (número igual de protões), mas um número de massa atómica (número diferente de neutrões) diferente (A), recebem o nome de isótopos. (TNDM II, S/d: 5).

A imagem seguinte, meramente ilustrativa, demonstra no núcleo do Carbono 14, seis electrões a vermelho e oito neutrões a castanho, sendo que a diferença mais marcante entre ambos é que os neutrões não têm carga e os protões têm carga positiva.


Fonte: http://www.ehu.es/biomoleculas/isotopos/rad.htm, em 30OUT10.


A maioria dos elementos que se encontram na Natureza, são uma mistura de isótopos desse elemento. As suas propriedades químicas são praticamente iguais, o que já não acontece com as suas propriedades físicas. (Spellerberg, 1994 [1992]: 255).

A nomenclatura científica dos isótopos constitui-se da seguinte forma: nome do elemento, seguido de um hífen e pelo número de protões e neutrões do núcleo atómico, conforme exemplo do isótopo radioactivo de Carbono, Carbono-14. Segundo esta nomenclatura é possível apenas pelo nome identificar o número de neutrões e protões que este elemento possui. Como se trata de Carbono sabemos a-priori que possui 6 protões, no entanto tomando atenção ao número que segue o hífen, calculamos o número de neutrões através da diferença deste número pelo número característico de protões deste átomo (6), 14-6= 8. Este elemento possui 8 neutrões. (Gray & Haight, 2003: 1-19/1-20).

A terminologia, isótopo, significa “no mesmo sítio”, pelo facto de os isótopos se situarem no mesmo local na tabela periódica.” (TNDM II, S/d: 5-6).


Referências Bibliográficas:
GRAY, Harry; HAIGHT, Gilbert (2003), Principios básicos de química, 2ª edição, editora Reverté, S.A., Espanha, pp. 1-19/1-20.

SPELLERBERG, Ian (1994 [1992]), «Radionuclide» in Evaluation and assessment for conservation: ecological guidelines for determining priorities for nature conservation, 2ª edição, Chapman & Hall, Inglaterra, p. 255.

TNDM II (S/d), O Que Sabemos – Conferência de R.Feynman / Dossier de Apoio, disponível em http://www.teatro-dmaria.pt/media/pdf/DOSSIE_DE_APOIO.pdf, acedido em 30OUT10.

Carbono

Palavra-Chave: Carbono, Condutor de Electricidade, Átomos, Estrutura Tetraédrica, Elemento.


O Carbono é um elemento que se encontra na natureza no estado elemental ou ligado a outros elementos na forma de compostos. É um elemento químico muito importante na vida do Homem, dos animais, das plantas, da agricultura e da indústria, e “constituye el 0.08% del conjunto de la litosfera, hidrosfera y atmósfera. Aparece en la corteza terrestre en forma de rocas de carbonato de calcio o magnesio. En la atmósfera lo encontramos principalmente en forma de gas carbónico (CO2) y monóxido de carbono (CO).” (Covens, S/d:online).

O Carbono encontra-se na Natureza puro e cristalizado como no diamante, com algumas impurezas na grafite e com muitas impurezas nos carbonos naturais. Também se pode encontrar combinado com outros elementos na forma de carbonato, como no mármore ou na calcite (CaCO3), que apesar de terem a mesma fórmula, possuem formas e propriedades diferentes devido à sua estrutura i.e. à forma como estes elementos se ligam e dispõem espacialmente (a calcite é um mineral que pode ter origem a partir de sedimentos químicos, tais como os iões de cálcio e bicarbonato). (Manahan, 2000:29).

O Carbono é uma substancia elementar não metálica, é um bom condutor de electricidade, não se funde à pressão atmosférica, volatiliza-se a 3 500 ºC, e é o sexto elemento da tabela periódica. (Manahan, 2000:832).

O seu símbolo é C, a sua massa atómica 12,01 u.m.a. (unidades de massa atómica), o número atómico é o 6, e tem geralmente quatro electrões de valência. (Manahan, 2000:832). Para representar as fórmulas dos compostos orgânicos saturados, admite-se que os átomos de carbono estão no centro de tetraedros regulares cujos vértices são ocupados por quatro átomos ou quatro grupos monovalentes, conforme imagem seguinte (tetraedros é uma forma geométrica constituída por quatro triângulos equiláteros - têm os lados iguais -, vértices e faces, e seis arestas). (Covens, S/d:online).



Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvHyLHc0cxi6u8wWu08OhZnFuHGTL5pnZh9hSU-5CVi8jsiX1HrvPzqMzmBsYy8SAn5Gj0LqvvvE5MApxvrxabL6lQxI2QtMkboizddE-j1JDsBAwmh_BYGoCBojMDyrlPW2_vK0EWO84/s1600-h/orbitales_atomo_carbono01.jpg, retirado em 31OUT10


Os átomos de carbono possuem quatro electrões na camada externa, “espaçados equidistantemente em redor do círculo” (Pugliesi & Lima, 2004:67), através dos quais estabelece as ligações químicas, partilhando electrões de forma covalente, e por poder estabelecer quatro ligações é denominado tetravalente. (Solomons, 2001). Estas quatros ligações possuem a mesma energia por se encontrarem hibridizadas. Isto é, normalmente teríamos os quatro electrões distribuídos por uma camada s e pelas 3 camadas p (px, py e pz), um na camada s e os outros três espalhados de forma igual pela camada p. Para atingirem a mesma energia, estas camadas hibridizam e formam 4 camadas sp3 que possuem a mesma energia e desta forma é possível ao carbono apresentar esta estrutura tetraédrica. (Atkins & Jones, 2007).


Referências bibliográficas:

ATKINS, Peter, JONES, Loretta (2007), Chemical Principles: The Quest for Insight, 4.ª ed., W H Freeman & Co, New York.

COVENS (S/d), Carbono, consultado em http://pdf.rincondelvago.com/carbono_1.html, acedido em 31OUT10.

FONSECA, João (dir.) (1978), Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Vol. I, editorial enciclopédia Lda., Lisboa, pp. 872-873.

MANAHAN, Stanley (2000), Environmental Chemistry, CRC Press online e Lewis Publishers, Boca Raton.

PUGLIESI, Márcio; LIMA, Norberto (2004), Curso Completo De Eletronica, 1ª edição, edição da Hemus, Brasil, pp. 66-68.

SOLOMONS, Graham; FRYHLE, Craig (2001), Química orgânica, Vol. I e II, 7ª edição, edição LTC, Rio de Janeiro.

Carbono 14

Palavra-Chave: Carbono 14, Isótopo Radioactivo, Técnicas de Datação, Radiocarbono

O Carbono 14, conforme a seguinte ilustração, é um isótopo radioactivo de Carbono que se forma pela acção de raios cósmicos sobre o CO2 da atmosfera. (Méndez, 2003:170). Daí é assimilado pelo Homem, animais e vegetação. Na vegetação é incorporado através da fotossíntese, e por sua vez é também consumido pelos animais através das plantas e, posteriormente, filtra-se nos materiais arqueológicos, como por exemplo, “carvão de madeira, madeira e ossos”. (Vialou, 2005:38).

Fonte: http://4.bp.blogspot.com/_GqMr3MW7MWI/TJkrygPKjcI/AAAAAAAAAOs/uECRLgVYviI/s1600/carbono_14.jpg, em 30OUT10.


Nos Planeta existem três isótopos de Carbono, o Carbono – 12, que representa 99%; o carbono – 13, que representa 1%; e o Carbono – 14, que representa uma parte por trilião do carbono na atmosfera (0,0000000001%). Apesar de serem três isótopos diferentes, não diferem significativamente nas suas propriedades químicas. O Carbono 14 possui um núcleo de 6 protões e 8 neutrões, e a sua massa atómica é de cerca de 14,003241 amu. (Kamen, 1963:584; Manahan, 2005:234-235).

O Carbono 14 foi descoberto por Martin Kammem e Sam Ruben, discípulos de Willard Frank Libby, no Laboratório de Radiação da Universidade da Califórnia, em Berkeley, no ano de 1937, mas foi apenas em 1946 que Libby pensou em utilizar o carbono-14 para fazer datações de matéria, e só em 1952 é que publicou os primeiros resultados satisfatórios, conforme se verifica na prestigiada revista Science, publicada pela American Association for the Advancement of Science. (Kamen, 1963:584). Em descoberta valeu a Willard Frank Libby, em 1960, o prémio Nobel da Química. (Vialou, 2005:37).

Apesar de existirem diversos isótopos radioactivos, o Carbono 14, também designado por C14, pelas excelentes propriedades que apresenta é o mais utilizado pela Arqueologia nas datações Radiométricas. (Vialou, 2005:37-38). Das várias propriedades, destacam-se o facto de existir em suficiente abundância para proporcionar amostras adequadas à medição, bem como o seu tempo médio de vida, 5730 anos. Qualquer ser vivo tem, ainda que em pequenas quantidades, C14 na sua constituição. (Manahan, 2005:234-235).

O inicio do calculo da idade começa com a morte do organismo em estudo. A partir desse momento, o C14 já se relaciona com o meio exterior (alimentos e CO2 atmosférico), através do qual o nível do mesmo começa a diminuir. O nível desse momento é depreendido tendo em conta todos os processos que constituem e diluem o C14, ou então comparando-o com amostras existentes de idade conhecida. (Méndez, 2003:170; Vialou, 2005:38).

Para medir a radioactividade remanescente nas amostras, utilizam-se uns aparelhos chamados ciclotrões, que medem o grau de energia de cada partícula. A partir destes dados é fácil determinar a idade do material em estudo, já que conhecemos o tempo médio de vida do C14. Actualmente, o sistema foi de tal forma aperfeiçoado que permite a utilização de amostras muito pequenas, diria mesmo, microscópicas.


Referências Bibliográficas:
KAMEN, Martin (1963), Early History of Carbon-14: Discovery of this supremely important tracer was expected in the physical sense but not in the chemical sense, Revista Science, Vol. 140, disponível em http://www.sciencemag.org/cgi/pdf_extract/140/3567/584, acedido em 30OUT10.

MANAHAN, Stanley (2000), Environmental Chemistry, CRC Press online e Lewis Publishers, Boca Raton.

MÉNDEZ, Sergio (2003), «Carbono 14» in Atlas de historia de América, Limusa, México.

VIALOU, Águeda (2005), Pré-história do Mato Grosso: Santa Elina, Vol. I, edição da Universidade de São Paulo, São Paulo.

Cloro

Palavra-chave: Cloro, cloretos metálicos, Carbono, Purificação de Água, Hipoclorito de Sódio, Ácido Hipocloroso.


O cloro é um gás tóxico, perigoso quando inalado, de cor amarelo-esverdeado e muito solúvel na água. (Musarella e Jacquemart, 1994:287).

É um elemento da família dos halogéneos, pertence ao grupo 7 da tabela periódica (Barioglio, 2006:220), “é muito utilizado em vários tratamentos industriais (…), é gasoso na temperatura ordinária (…), de odor sufocante.” (Cloro, S/d:online).

Do ponto de vista químico é um elemento com o símbolo Cl, tem o número atómico de 17 (possui 17 protões e 17 electrões), uma massa atómica de 35,45 u.m.a. (unidades de massa atómica), uma densidade em relação ao ar de 2,5, e uma temperatura de ebulição de -34,6 ºC. (Musarella e Jacquemart, 1994:287-288; Barioglio, 2006:117,220).

O cloro é abundante na natureza sob a forma de cloretos metálicos, dos quais o mais importante é o cloreto de sódio (NaCl) (sal marinho e sal gema), não existe em estado puro e é um elemento químico fundamental para vida do Planeta. (Musarella e Jacquemart, 1994:287).

O cloro tem uma grande actividade química e combina-se frequentemente com a maior parte dos outros elementos químicos, desempenhando o papel de elemento electronegativo monovalente (Interlingua, 2006:365,367). A título de exemplo, combinado com hidrogénio dá cloreto de hidrogénio ou mais conhecido por ácido clorídrico (HCl), e combinado com o Carbono permite a fabricação de derivados, chamados “compostos organodoradas”, conhecidos por possibilitarem a criação de produtos de desengorduramento, muito eficazes mas igualmente muito tóxicos, pelo que alguns foram até proibidos. Alguns destes derivados foram: “PCV, CFC, pesticidas, organoclorados”. (Musarella e Jacquemart, 1994:287).

O cloro foi descoberto por Carl Wilhelm Scheele no século XVIII fruto de uma reacção onde foi combinado ácido clorídrico com dióxido de magnésio. É um elemento com imensas utilizações, desde a produção de desinfectantes, eliminação de agentes patológicos, branqueamento de papel (primeira aplicação industrial) e purificação das águas, podendo também ser utilizado como matéria-prima. (Musarella e Jacquemart, 1994:287).

Assume especial interesse pela coloração da água, já que neste âmbito é considerado muito eficaz, desde que feita de forma correcta, isto é, utilizar “só o cloro necessário, mas todo o cloro necessário”, considerando à partida as características da água, nomeadamente as propriedades físicas e químicas, à perturbação, o tempo de contacto, o número e a natureza dos agentes patológicos a eliminar, e “a extensão das missões atribuídas à anti-sépsia.” (Musarella e Jacquemart, 1994:288).

O Cloro, quer seja na forma mais pura (gasosa) ou Hipoclorito de Sódio quando dissolvido em água forma o Ácido Hipocloroso. Os factores principais que determinam o grau de desinfecção do Cloro em água são a temperatura, pH, concentração, quantidade de matéria orgânica e a quantidade e tipo de microrganismos presentes na água. (ver entrada Purificação de Água).


Referências Bibliográficas:
BARIOGLIO, Carlos (2006), Diccionario de las Ciencias Agropecuarias, editora Encuentro, argentina.

CLORO (S/d), disponível em http://www.tabela.oxigenio.com/nao_metais/elemento_quimico_cloro.htm, acedido em 03NOV10.

INTERLINGUA (2006), Apruebe El GED/ Passing the GED: Ciencias/ Science. Versão livre disponível online em Google Books, consultado em 04NOV10.

MUSARELLA, Paul, JACQUEMART, Pierre (1994), Alimentation, Pollutions, Habitat – Vaincre les maladies de notre enviromement, éditions du Rocher. Paris.

Ecossistema

Palavra-Chave: Ecossistema, Água, Sol, Atmosfera, Biótico, Abiótico

Define-se ecossistema como um sistema constituído por grupos de organismos que interagem entre si e com o ambiente que os rodeia, em determinadas e particulares condições químicas e físicas. (Carapeto, 1999:230).

Esta definição pode ser estruturada de outra forma, com base nos componentes básicos do ecossistema: o componente biótico, formado pelos seres vivos, e o abiótico, resulta das condições químicas e físicas do meio onde está inserido o ecossistema. (Carapeto, 1999; Cesar, 2009:online).

A imagem seguinte retirada de Cesar (2009:online), ilustra a constituição da estrutura básica de um ecossistema, bem como o componente biótico e abiótico.




Um ecossistema comporta várias cadeias alimentares imbricadas, cada uma das quais construída por seres autotróficos, que sintetizam os seus próprios constituintes orgânicos a partir de substâncias minerais, por meio da fotossíntese ou quimiossíntese, e por espécies heterotróficas, sobretudo animais e fungos, que não possuem as faculdades que lhe permitam produzir o seu próprio alimento tendo por isso de se alimentar de compostos orgânicos e inorgânicos que recolhem no meio onde vivem.

A relação autrofismo versus heterotrofismo pode verificar-se nas palavras de Cesar (2009:online): “em qualquer ecossistema, os representantes do componente biótico podem ser divididos em outros dois grupos: os autótrofos e os heterótrofos.”

O ecossistema funciona em ciclo. Inicialmente os microrganismos decompõem as substâncias orgânicas resultantes de animais e vegetais mortos, e posteriormente outros transformam-nas em substâncias minerais, permitindo assim que o ciclo recomece.


Referencias Bibliográficas:

CARAPETO, Cristina (1999), Poluição das Águas, Universidade Aberta, Lisboa.

CESAR, Paulo (2009), «Ecossistemas» in ciclos Biogeoquímicos, disponível em http://www.profpc.com.br/ciclos_biogeoqu%C3%ADmicos.htm, consultado em 31OUT10.

Eutrofização

Palavra-chave: Eutrofização, Poluição Aquática, Enriquecimento em Nutrientes, Blooms de Algas, Deterioração da Qualidade da Água.


A eutrofização é um processo que se verifica com frequência nas reservas de água fechadas, como lagos, charcos, pântanos, e em alguns rios e albufeiras, onde não existe movimentação nem renovação das massas de águas. (Fulgencio, 2007:273).

A eutrofização nas Lagoas das Sete Cidades, retratada na imagem seguinte da responsabilidade do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, ilustra as consequências da utilização excessiva de adubos nos terrenos periféricos.





Fonte: http://desertosedesertificacao.blogspot.com/2008/09/eutrofizao-da-lagoa-das-sete-cidades_09.html, acedido em 30OUT10.


Segundo a professora Cristina Carapeto, “a eutrofização é um processo natural que ocorre, virtualmente, em todos os corpos de água, (…) é lento e faz parte do que se pode chamar o envelhecimento geológico do lago.” (Carapeto, 1999:46).

Os cursos de água ao alimentarem as reservas de água identificadas em cima, estão a aumentar-lhe o seu teor em nitratos e fosfatos, ambos elementos nutritivos, que “resultam da contaminação de origem industrial e agrícola, com efeitos negativos sobre o equilíbrio dos ecossistemas.” (CMS: online; Fulgencio, 2007:273).

As águas com elevadas densidades de nutrientes tornam-se turvas, opacas, normalmente de cor verde ou castanha. A “acumulação gradual de nutrientes e biomassa”, simultaneamente com o “aumento da produtividade e diminuição média da profundidade da coluna de água”, devido à acumulação de sedimentos, forma por vezes “consideráveis tapetes flutuantes” que dificultam a penetração da luz solar em profundidade e assim impedem a realização da fotossíntese pelas plantas em profundidade. (Carapeto, 1999:45-46).

Em detalhe, numa primeira fase, o progressivo aumento da sua concentração provoca o desenvolvimento intenso de determinadas espécies vegetais, incluindo algas e infestantes, que consomem rapidamente o oxigénio das águas de profundidade média. A ausência de oxigénio condena a médio prazo a existência das outras espécies, sobretudo dos animais. Numa segunda fase, a massa de matéria orgânica sedimenta e, ao decompor-se, provoca a desoxigenação das águas profundas, criando condições de redução que levam à sua acidificação. (Carapeto, 1999).

Com o decorrer do tempo, a eutrofização pode destruir toda a vida existente numa massa de água estagnada, impedindo o funcionamento e utilização dos ecossistemas aquáticos. Se este processo decorrer de forma acelerada, que tem como consequência a diminuição do nível de oxigénio e do pH da água, pode culminar no extermínio da fauna e da flora, e reduzir significativamente a qualidade da água para consumo humano. (Fulgencio, 2007:273).

O desenvolvimento das algas fitoplanctónicas pode ocorrer onde se detectem os nutrientes inorgânicos e vitaminas a seguir, mesmo que alguns existam em reduzidas quantidades (Carapeto, 1999:47):

1. Nutrientes: Carbono (C), Enxofre (S), Sílica (Si), Ferro (Fe), Cobre (Cu), Cobalto (Co), Nitrogénio (N), Potássio (K), Sódio (Na), Manganésio (Mn), Boron (B), Vanádio (V), Fósforo (P), Magnésio (Mg), Cálcio (Ca), Zinco (Zn), Molibdénio (Mo);

2. Vitaminas: Tiamina (B1), Cianocobalamina (B12), e Biotina (B8).


Referencias Bibliográficas:
CARAPETO, Cristina (1999), Poluição das Águas, Universidade Aberta, Lisboa.

CMS (S/d), Eutrofização, disponível em http://www.cm-sintra.pt/Artigo.aspx?ID=4433, consultado em 30OUT10.

FULGENCIO, Cesar (2007), «eutrofização» in Glossario - Vade Mecum: administração pública, ciências contábeis, direito, economia, meio ambiente, editora Mauad Editora, Rio de Janeiro, p. 273.

Gasolina

Palavra-Chave: Gasolina, Hidrocarbonetos, Petróleo, Combustíveis Fósseis, Automóveis, Átomos, Moléculas.


A gasolina é constituída por hidrocarbonetos, é muito utilizada nos meios de transporte, com um odor característico, é retirada do petróleo bruto através de vários processos de destilação efectuados a uma temperatura que pode variar entre os 60 e os 200 ºC. É um líquido petrolífero menos denso que a água, utilizado como combustível, como solvente ou para várias utilizações industriais. A qualidade da gasolina depende da mistura de hidrocarbonetos que for feita. (vide termo hidrocarbonetos) (Chollet, 1996:121).

À gasolina é adicionado um composto que evita que tenha uma reacção explosiva muito incerta, arrítmica. Sem aditivos a gasolina ao entrar em contacto com a faísca explode, mas a um ritmo incerto, e isso é indesejável nos automóveis. Enquanto ao adicionar um aditivo, embora diminua o poder de explosão torna esta explosão rítmica e isso facilita o movimento dos pistões no motor.

A gasolina é constituída basicamente por hidrocarbonetos (carbono e hidrogénio). A gasolina é constituída por cadeias de carbono que variam em número de C7H16 até C11H24 (entre 7 e 11 carbonos). (Chollet, 1996:121; Manahan, 2000).

Para além dos hidrocarbonetos, a gasolina contem compostos com oxigénio, compostos de enxofre, compostos de azoto e compostos metálicos, todos eles em baixas concentrações. (http://www.carroantigo.com/portugues/conteudo/curio_gasolina.htm).

Os poluentes mais comuns que os veículos que utilizam gasolina produzem são: óxidos de nitrogénio (NOx), monóxido de carbono (CO), e hidrocarbonetos não queimados (HC). (http://www.brasilescola.com/quimica/por-que-gasolina-polui.htm).

O excesso de trânsito nomeadamente nas sociedades ocidentais, alimentado por combustíveis fósseis, traduz-se numa elevada emissão de partículas para a atmosfera e desencadeia fenómenos de smog, formando uma névoa densa, com elevados níveis de poluição, causando dificuldades de respiração mesmo em pessoas saudáveis, prejudicando a flora, diversos materiais (roupas, plásticos, etc.) e a visibilidade de quem circula. Em situações estremas o smog evolui para situações de inversão térmica. (Pinto, 2004:17).

Apesar do esforço realizado pelas petrolíferas ao longo dos últimos 30 anos, para tornar a gasolina mais limpa (o chumbo deixou de fazer parte da constituição e pretende-se retirar o benzeno), ainda hoje é possível “comercializar uma gasolina 25% menos poluente que a actual em comercialização”, o que demonstra o quão longe estamos dos objectivos que nos propusemos atingir. (http://www.energaia.pt/poupe/automovel.php). Contudo, para além de ser necessário tornar a gasolina mais limpa também é necessário reduzir o consumo de combustíveis fosseis, não só porque são finitos, mas porque fazem mal ao ambiente.

O último relatório do Estado do Mundo de 2010, indica boas estratégias para reduzir essa dependência, tais como a “reorganização da infra-estrutura criando bairros onde se possa caminhar e oferecendo transporte público poderia trazer uma redução de impacto no transporte viário – que polui localmente, contribui com cerca de 17% do total das emissões de gás de efeito estufa e causa 1,3 milhão de óbitos por ano em decorrência de acidentes com automóvel.” (Assadourian, 2010:17).

A dependência da gasolina é tanta, que o seu preço atingiu em Portugal (2008) valores recordes, como se verifica na imagem a seguir.



Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEvOlNLdsLFqS7jXE4YmtRoqxKy9NWaVZ06Rd15mUHqXmB86lwKXoJ5Tis8KXbIPYYr20DMe2ne3A4kxD8rVPlYMjWbde2VHo9rlW9VjisBAdLeDxngXnaau937I1FbCuG62oQ-bFAW2w/s1600-h/gasolina.bmp, em 24NOV10.


Para concluir, citando o Professor Catedrático Jubilado Carlos Corrêa (Universidade do Porto), que tive oportunidade de ouvir discursar em conferência realizada no âmbito da apresentação de livros para o ensino secundário, e que nunca mais me esqueci, “o petróleo é demasiado valioso para ser queimado como gasolina.”
O petróleo tem variadas aplicações, desde a produção de plásticos até aos medicamentos, é um combustível fóssil, poluente e não renovável, pelo que quando se quando se queima na forma de gasolina é desperdício. Tendo isto em mente, é necessária uma mudança de atitudes perante o seu uso, para que seja mais racional e bem aproveitado.


Referências bibliográficas:
ASSADOURIAN, Erik (dir.) (2010), Estado do Mundo, 2010: estado do consumo e o consumo sustentável, 1ª ed., UMA-Universidade Livre da Mata Atlântica, Bahia.

CHOLLET, H. (1996), Curso Prático e Profissional para Mecânicos de Automóveis: o motor e seus acessórios, 1ª ed., Hemus, Brasil.

Gasolina, http://www.carroantigo.com/portugues/conteudo/curio_gasolina.htm, consultado em 20NOV10.

Gasolina, http://www.energaia.pt/poupe/automovel.php, consultado em 22NOV10.

MANAHAN, Stanley (2000), Environmental Chemistry, CRC Press online e Lewis Publishers, Boca Raton.

PINTO, Filipe (2004), Guia Prático de Acção ecológica: Poupar mais, poluir menos, Nova Gaia, Porto.

Metano

Palavra-Chave: Metano, Efeito Estufa, hidrocarbonetos, Poluição Atmosférica, Gás Natural, Putrefacção, Resíduos Orgânicos


O Metano é um gás incolor, inodoro e inflamável (UÉvora, S/d:online), que tem uma densidade de 0,554, e arde no ar com uma chama pálida. A fórmula deste hidrocarboneto saturado é CH4 (conforme figura n.º 1), é o mais simples dos hidrocarbonetos, é o principal constituinte do gás natural, o pior inimigo do gás carbónico, e é considerado um dos gases responsáveis pela poluição atmosférica. (Marca, S/d:online). Liberta-se de matérias em putrefacção e constitui gás dos pântanos e o grisu (combinação natural, por exemplo nas minas de carvão, de Metano e de Gás Natural). (Musarella e Jacquemart, 1994:323).


Figura n.º 1 – Representação Tridimensional da Molécula de Metano

Fonte: http://iescarin.educa.aragon.es/estatica/depart/biogeo/varios/BiologiaCurtis/Seccion%201/1%20-%20Capitulo%201.htm, consultado em 17NOV10.


Segundo Musarella e Jacquemart (1994:323), o Metano contribui em 15% para a formação de ozono, e é cerca de 20 vezes mais poluente do que o dióxido de carbono (CO2) e contribui também para o efeito de estufa, embora apresente um tempo de vida na atmosfera reduzido em comparação com o dióxido de carbono.

Não obstante, segundo o blog Ecotrilha (2007:online), “o metano é considerado um poderoso gás de efeito estufa porque, se considerarmos quilograma por quilograma, ele é 23 vezes mais eficiente que o dióxido de carbono para “aprisionar” o calor na atmosfera durante um período de mais de 100 anos”, sendo a queima de biomassa a responsável por mais emissões globais de CH4 para a atmosfera, conforme figura n.º 2 (queria chamar atenção para a diferença entre os dois autores, já que um refere o CH4 é 20 vezes mais poluente que o CO2, e outro 23 vezes, respectivamente).


Figura n.º 2 – Emissões Globais de Metano para a Atmosfera

Fonte: Ecotrilha, 2007:online.

O metano pode formar-se de forma natural ou artificial, à superfície ou no subsolo.

No subsolo, quando uma determinada matéria orgânica (ex. resíduos lenhosos) fica submersa, em profundidade de forma natural, ficando coberta de sedimentos, vai sentir dificuldades para se decompor naturalmente, porque não vai ter oxigénio, e acaba pode se decompor em metano (CH4) e em amoníaco (NH3), devido à acção de bactérias anaérobias. (Manahan, 2000: 175-177).

Quando á superfície, um determinado lixo composto por resíduos orgânicos passa dias amontoado, aquece e com ajuda de bactérias começa a decompor-se, e a formar-se gás. Este gás ao entrar em contacto com o ar desencadeia um conjunto de reacções químicas que resultam em metano. (Marca, S/d:online).

O desenvolvimento intensivo da pecuária e das técnicas agrícolas modernas também fizeram aumentar as quantidades de metano no ar. (Marca, S/d:online).

Na natureza existem fontes naturais de Metano, tais como em grutas fechadas (por exemplo habitadas por morcegos), vulcões de lama ou falhas geológicas (em actividade), ou nos pântanos. Aliás, o Metano também é designado de gás dos pântanos, isto porque, nos pântanos existe uma camada de flora muito densa que impede a passagem de luz e de oxigénio, e isto promove a existência de um tipo de obtenção de energia por organismos que não usam o oxigénio para respirar. (Marca, S/d:online).

A combinação do metano para fins utilitários entra nas medidas de antipoluição, combinadas com uma reciclagem dos resíduos.


Referências Bibliográficas:
ECOTRILHA (2007), O novo mercado de metano mundial. Tendência ecológica!, disponível em http://ecotrilha.blogspot.com/2007/04/criao-de-mercado-de-metano-no-mundo.html, consultado em 14NOV10.

MANAHAN, Stanley (2000), Environmental Chemistry, CRC Press online e Lewis Publishers, Boca Raton.

MARCA (S/d), «Metano» in Dicionário do Ambiente, disponível em http://alemmonte.no.sapo.pt/frameslayout/dicionario.htm, consultado em 09NOV10. (MARCA – Associação de Desenvolvimento Local Montemor-o-Novo).

MUSARELLA, Paul, JACQUEMART, Pierre (1994), Alimentation, Pollutions, Habitat – Vaincre les maladies de notre enviromement, éditions du Rocher. Paris.

UÉVORA (S/d), «Metano» in Dicionário do Ambiente, disponível em http://www.minerva.uevora.pt/hiflex/curso/ue/dicionario.htm, consultado em 08NOV10.


Água (quimica)

Palavra-Chave: Água, Biodiversidade, Ambiente, Atitude, Educação, Poluição Cidadania, H2O


A água é um líquido incolor transparente, inodoro, insípido, corpo composto cujas moléculas de estrutura simples são constituídas por “um átomo de oxigénio (O) e dois átomos de hidrogénio (H) e, por isso, representa-se pela fórmula H2O”. (Peixoto, 1993:27).

Cada átomo de hidrogénio liga-se de forma covalente ao átomo de oxigénio formando uma molécula polar, conforme imagem a seguir, retirada do manual da professora Cristina Carapeto (1999:30). Embora ocorra partilha de electrões, o oxigénio atrai ligeiramente mais os electrões que o hidrogénio, isto faz com que os electrões estejam ligeiramente mais perto do oxigénio. Se considerarmos os electrões como se fossem uma nuvem a maior parte estaria do lado do oxigénio. E embora o hidrogénio ainda tenha alguma porção dessa nuvem, é em quantidade inferior que o oxigénio. Por isto o hidrogénio tem uma carga ligeiramente positiva, enquanto o oxigénio tem uma carga ligeiramente negativa. (Carapeto, 1999:29-30). O oxigénio em alguns casos tem dois electrões a mais daí apresentar carga negativa 2. Como tal procura outro átomo de carga oposta para que possa estabilizar a carga negativa e ficar com carga neutra. Por seu lado, o hidrogénio procura um electrão, e encontra no oxigénio o que procura. Ao se ligaram na proporção dois hidrogénios (duas cargas positivas) com um oxigénio (duas cargas negativas) ambos os átomos passam a usar de forma covalente os electrões e com carga estável. (dois H+ com O-- dá H2O).



Segundo a professora Cristina Carapeto, que apresenta uma linha de pensamento semelhante à de José Pinto Peixoto (Peixoto, 1993:13-14), um notável geofísico e meteorologista português, a “água é das poucas substâncias químicas do nosso planeta que ocorre naturalmente nos três estados: liquido, sólido e gasoso.” (Carapeto, 1999:29). Esta transversalidade, enquanto recurso produtivo, confere à água uma importância impar para a sobrevivência humana, para garantir a sobrevivência das nações. A sua escassez pode ser de carácter físico, económico ou institucional e pode variar consoante o tempo e o espaço. (Peixoto, 1993).

Para concluir, frisando a importância da água, também designada de óxido de hidrogénio, de todos os recursos da hidrosfera só cerca de 3% é que são água doce para consumo humano, destes 2% estão aprisionados sobre a forma de gelo nas regiões polares ou em aquíferos demasiado profundos, que não permitem a sua utilização pelo Homem. “Os restantes 97% são formados pela água do mar e gelos marinhos.” (Carapeto, 1999:28-29).


Referencias Bibliográficas:
CARAPETO, Cristina (1999), Poluição das Águas, Universidade Aberta, Lisboa.

FULGENCIO, Cesar (2007), «eutrofização» in Glossario - Vade Mecum: administração pública, ciências contábeis, direito, economia, meio ambiente, editora Mauad Editora, Rio de Janeiro, p. 273.

PEIXOTO, José (1993), A Água na Atmosfera e o Ambiente, Instituto de Promoção Ambiental, Lisboa.

17/11/10

As Reformas de D. João III - com base em João Alves Dias, Gente e Espaços: em torno da população portuguesa na primeira metade do século XVI


Resumo do que vai encontrar no texto a seguir

Procura-se com o presente trabalho evidenciar a influência do crescimento populacional na reorganização do território: delimitação de fronteiras, administrativa civil, e eclesiástica. Como conclusão pretende-se fazer a ponte entre a reorganização eclesiástica e o estado de fanatismo religioso que o monarca assumiu na segunda metade do seu reinado.

______________________________________________________________________

O objecto de estudo do presente trabalho é o primeiro volume da obra, Gente e Espaços: em torno da população portuguesa na primeira metade do século XVI, composto pelos livros 1.º, 2.º e 3.º, da autoria do Professor Doutor João José Alves Dias, editado pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, em 1996. Através desta obra pretende-se fazer uma reflexão, isto é o objectivo, das consequências provocadas pelo aumento populacional que se evidenciou no final do século XV e inícios do século XVI [1], concluindo como as influências que a reforma eclesiástica produziu em D. João III, quando sobre este psicologicamente pesaram os efeitos da debilidade demográfica sentida pela corte.


O alicerce desta obra de Alves Dias é o numeramento de 1527-32 [2], mandado realizar por D. João III, com base numa divisão administrativa organizada em seis comarcas (sendo que uma era o reino do Algarve), e que para cada uma se elaborou um arrolamento. É uma obra de carácter histórico e não de génese demográfica, administrativa ou institucional [3].

Em relação ao estado da arte, sobre este documento já foram elaborados imensos trabalhos/estudos, mas cumpre-me destacar o trabalho de um grande Geógrafo, Professor Doutor Orlando Ribeiro (1989), onde se conclui que apesar de um povoamento disperso era na província Entre Douro e Minho que se verificava a maior densidade populacional, com 55099 fogos, o que representava 19,6% da população portuguesa à época. O trabalho de Orlando Ribeiro não se esgota no numeramento e também analisa outras fontes posteriores, nomeadamente os levantamentos de guerra (1580-1639), onde conclui que o crescimento populacional iniciado no começo do século XVI estagnou entre meados do século XVI e meados do século XVII [4].

Não poderia encarar este trabalho limitando-me a uma abordagem entrincheirada, imediata e imparcial sobre o tema que me propus delinear, sem referir, muito rapidamente, os contextos político e socioeconómico, nacionais e internacionais, em que está inserido e como são marcantes no que concerne à vida deste rei português, do nascimento à sua morte.

D. João III, cognominado O Piedoso ou O Pio pela sua devoção religiosa, era filho de D. Manuel e da sua segunda esposa, D. Maria, filha dos Reis Católicos, nasceu em Lisboa em 1502 e faleceu em 1557. Para saudar o seu nascimento, Gil Vicente representou na câmara da rainha o seu Auto da Visitação ou Monólogo do Vaqueiro, uma das mais significativas obras do teatro português. Subiu ao trono em 1525 e casou com D. Catarina de Áustria. No seu reinado, de mais de três décadas, presidiu aos destinos de um Portugal no apogeu da sua expansão ultramarina por três continentes mas que preludiava já o inicio da sua decadência, que se sentirá no final do seu reinado.

D. João III consolidou as posições portuguesas na Índia, assegurou o monopólio das especiarias ao resgatar, em consequência da viagem de Fernão de Magalhães, as Molucas por 350.000 ducados de ouro e estabeleceu contactos com a China e o Japão [5]. Preferiu abandonar as praças marroquinas de Safim, Azamor, Alcácer Ceguer e Arzila para que Portugal pudesse levar ao máximo o comércio da Índia e iniciar o aproveitamento das potencialidades do Brasil, e expandiu o comércio português, alargando os contactos directos às regiões renanas e aos países do Báltico. Convêm referir que no reinado de D. João III, o comércio oriental era feito sob duas metodologias: comércio inter-asiático e intra-asiático [6]. É considerado um rei estratega pela forma positiva como defendeu o Império Português da ameaça francesa e espanhola, mesmo com as divergências que existiam entre facções na sua corte, que podem ter determinado algumas alterações à política ultramarina.

Introduziu a Companhia de Jesus, à qual confiou a evangelização do Oriente (São Francisco Xavier), do Brasil (Manuel da Nóbrega) e da África (Etiópia) e a quem entregou o Colégio das Artes de Coimbra. Apesar de esta ser uma atitude claramente repressiva, no inicio do reinado apresentou uma grande abertura ao exterior e até de alguma flexibilidade, situação que se alterou no final do seu reinado com a Inquisição e com Companhia de Jesus, e motivo pelo qual foi denegrida a sua imagem, passando a ser conhecido pelo “rei fanático”, conforme citação: “o longo reinado de D. João III (1521-57) pode ser dividido em dois grandes períodos (…): o príncipe tolerante, aberto às correntes internacionais do pensamento, louvado por humanistas e sempre disposto a acolhê-los, o verdadeiro Mecenas, deu lugar a um governante fanático e curto de vista, controlado pela Companhia de Jesus e os defensores de um estrita política de Contra-Reforma, mandando prender e condenar aqueles mesmos que antes convidara, mesquinhamente reduzindo despesas e subsídios, fechando escolas e geralmente isolando-se, e ao País, de influencias externas.” [7]

As principais políticas que se verificam ao longo do seu reinado são: políticas demográficas (consequência da debilidade demográfica), politicas de casamentos [8], e politicas de necessidade de afirmação do corpo do Rei, através da sua presença.

No campo cultural, nesta primeira parte do reinado, promoveu a cultura através da concessão de bolsas de estudo no estrangeiro, da fundação do Colégio das Artes, da instalação e revitalização da Universidade de Coimbra, e do auxílio à fundação de colégios pelos Jesuítas, ao ponto de granjear internacionalmente estima e prestígio [9].

A fase final do seu reinado ficou marcada pelo início das dificuldades económico-financeiras, e por uma influência progressivamente acentuada do espírito da Contra-Reforma, emanada do Concilio de Trento, o que se traduz nomeadamente na luta pelo alargamento de competências da Inquisição e na Institucionalização da censura às obras impressas [10].

Apesar de o monarca ter na segunda fase do seu mandato uma prestação menos positiva face ao que era expectável, o que lhe valeu uma imagem pejorativa, durante a primeira fase do seu reinado administrou com relativo sucesso Portugal e os territórios ultramarinos, e procedeu a uma reorganização administrativa civil, fiscal, eclesiástica e de delimitação de fronteiras [11], como resposta ao crescente aumento populacional, ainda que a reorganização não tenha sido pacífica.

Pelas palavras de Alves Dias, após a realização do numeramento, “o monarca estava habilitado a efectuar as reformas administrativas, judiciais e fiscais que um estado moderno impunha”, o que se verificou subsequentemente e administrativamente ao término do numeramento [12].

A densidade populacional sempre foi uma variável que serviu para classificar os povoados em lugares, vilas ou cidades, pelo que era uma ambição natural ascender nesta escala hierárquica, nas palavras de Alves Dias, queriam uma “nobilitação”. Ainda assim, era mais fácil passar de lugar a vila, do que de vila a cidade [13], o que gerava muitas vezes conflitos principalmente nos estratos mais baixos da população, muitas vezes ocultados por conflitos que suscitavam mais interesse, os produzidos no seio da corte.

Segundo Alves Dias, a constituição da fronteira nacional e a definição e implementação da organização administrativa concluída no século XIV, só sofreu alterações significativas com o “advento do Estado Moderno”, isto é, com a criação de novas comarcas no reinado de D. João III, fruto da dilatação da estrutura demográfica [14].

A nível local também se faz sentir a pressão demográfica, resultando na criação de novos concelhos, apesar de muito contestados, e no final do século XV e na primeira metade do século XVI, muitos lugares forma elevados a vila, e posteriormente elevados a concelhos [15]. Entre 1495 e 1545 foram criados 16 novas vilas que resultaram em 15 novos municípios, sendo que anteriormente, em igual período de tempo, entre 1445 e 1495, só tinham sido criadas 4 novas vilas, que resultaram em 4 novos concelhos [16]. Neste processo foram as regiões da Estremadura e do Alentejo que mais beneficiaram, cada uma com 6 novos concelhos cada [17]. O crescimento foi de tal forma denso que na impossibilidade de criar várias cidades em simultâneo, a coroa criou o título de “vila notável”, onde atribuía às vilas que já reuniam condições para ascender (mas não o poderiam fazer), prorrogativas idênticas às das cidades [18].

A expressão, “havia gente para tudo…Todo o país crescia” [19], evidencia claramente essa elevada densidade humana, que forçou novas exigências administrativas resultantes de uma cada vez mais complexa administração do espaço, que exigiu o aumento do número de funcionários públicos, bem como a divisão administrativa civil, isto é, uma maior divisão do espaço a administrar através dilatação da estrutura comarcal; entre 1532 e 1536 foram criadas 15 novas comarcas e somente extinta uma já existente, a de Alenquer [20].

Em simultâneo ao processo da reforma administrativa civil, trabalhou na solidificação da delimitação da fronteira (ainda registava problemas pontuais, do género, apropriação de pequenas parcelas de terras), e nesse sentido preservou os castelos que permitiam o controlo da fronteira, definiu locais para transaccionar produtos com a Espanha, e dotou sempre que possível esses espaços com funcionários alfandegários, e ainda mandou “patrulhar” os territórios de fronteira, esforço que se traduziu na definição concreta e objectiva da fronteira portuguesa, na década de 40 do século XVI, conseguindo estabilizar “a linha da raia” após longas negociações com Espanha [21]. Mais uma vez se verifica a necessidade de proteger o espaço, o que pode ser entendido como uma forma de proteger o crescente número de cidadãos que residiam em áreas raianas, e que cada vez mais precisavam de terrenos para agricultar, isto é, mais uma vez os efeitos da densidade demográfica se revêem na actuação do monarca.

Depois de concluída a reforma administrativa civil, e a delimitação de fronteiras, D. João III iniciou a reforma eclesiástica, ainda no início da década de 40 do século XVI, culminado este processo na criação de novas dioceses [22]. Porém, esta reorganização mostrou-se mais complicada que as anteriores, foi mais lenta, teve muita contestação porque o prelado não aceitava a redução do território que administrava e consequentemente das receitas que recebia, obrigando o monarca a utilizar algumas artimanhas para atingir os objectivos [23].

D. João III com grande perspicácia aproveitou o facto de se constituírem no ano de 1543 duas sedes vacantes [24], a “21 de Julho, a de Coimbra, por morte de D. Jorge de Almeida e, a 10 de Novembro, a de Braga, por morte do arcebispo infante D. Duarte” [25], adiou a nomeação de novos bispos e começou a pensar na fragmentação do território afecto a essas dioceses, sem que para isso tivesse consultado o Papa. Após ter delineado a nova estrutura administrativa eclesiástica a aplicar ao território destas dioceses, quatro meses depois de ter começado o plano, morreu o seu filho [26]. Neste período agravou-se o flagelo demográfico que se vinha a abater sobre a corte, que grosso modo tem inicio quando começaram as reformas administrativa civil, intensificando-se no inicio da reforma religiosa.

Posteriormente o monarca propôs ao Papa III uma comissão para estudar a criação de novos bispados, que foi aprovada e constituída, e viria a realizar um trabalho notável no âmbito da reestruturação eclesiástica a nível nacional, muito completo, elaborado com base no numeramento, e assente em três variáveis: “as rendas eclesiásticas, o número de fogos e a distância a que cada unidade administrativa ficava da nova sede proposta” [27].

Este plano de reforma definido pela comissão sofreu várias contestações ao longo da sua implementação, quase sempre em reacção à redução das rendas a receber pelas dioceses, inclusive a 16 de Fevereiro de 1545 D. João III teve de suspender o processo, com receio de uma possível não aprovação em Roma, já que a reforma fixava para diocese de Braga uma renda de 1.094$181, por exemplo, “inferior à dos simples bispados de Freixo e de Miranda” [28]. Aqui se verifica mais uma vez a actuação do monarca para tentar alterar o desfecho dos acontecimentos, e caminhando no sentido oposto à generalidade do prelado português.

Em 1549, em Roma, o representante do monarca português, Dr. Baltasar de Faria, dava conta de uma serie de dificuldades para aprovar a reforma, conforme citação: “muytas outras dificuldades se põem as quais spero de satisfazer e Vossa Alteza nam se spamte porque estes senhores, como vem que os príncipes por via de reformaçam lhes streitam as medidas trabalham de lhes respomder polas consoantes e vam lhes aos dados em quamto podem. Se Vossa Alteza soubesse os rigores que usam nas cousas do emperador e rey de França pera os excluir de meterem as maõs nas cousas de igreja spantar s ia” [29].As dificuldades surgiam de todos os quadrantes o que é representativo do poder da igreja e da sua influência em toda a cristandade. E contra este poder, não no sentido de antagonismo, mas no sentido de tentar reordenar o território português, sempre esteve D. João III, comandando um processo doloroso de reforma religiosa, suportando ao mesmo tempo o facto “de todos os nove filhos morrerem antes de atingir os dezanove anos de idade, juntamente com cinco irmãos e irmãs, e a maioria de todos nos finais da década de 1530 e nos começos da de 1540” [30].

Para agudizar a conjuntura já por si desmotivadora, intensificaram-se as pressões externas, principalmente por parte dos Reis Católicos e depois de Carlos V (pressões que já existiam desde o século XIV), questionando a passividade em relação aos “Cristãos-novos e outros fugitivos da Inquisição espanhola”, acusações que ainda mais afastavam D. João III do seu dever religioso como soberano, altura em que já tinha perdido muitos familiares, e em reacção o monarca abriu as portas à Inquisição em Portugal, podendo dizer-se, ainda que seja uma leitura abusiva, que também abriu a mente e entregou o alma à oração, tendo mesmo vestido preto nos últimos cinco anos em que foi rei [31].

Para concluir, porque as limitações de espaço assim o impõem, verificou-se em D. João III um conjunto de atitudes e comportamentos característicos de uma posição neutral ou liberal em relação às opções religiosas no inicio do seu reinado, o que foi profundamente antagónico face aos interesses do prelado e dos vizinhos espanhóis. Em sequência das sucessivas mortes em seu redor, de familiares que lhe estavam próximas, e sentindo-se responsável por essas mortes, resolveu culpar-se justificando estas mortes com as suas atitudes menos positivas em relação à Igreja, vivendo carregando esse sentimento de culpa, possivelmente considerando que se tratava de uma espécie de maldição divina resultante dos seus erros como rei, e daí que tenha abandonando os destinos do país, entregando-os à sua mulher, para se dedicar somente a Deus e à oração, vestindo-se mesmo de preto nos últimos anos de vida, sinal de uma morte lenta da sua alma. Tal como o diz A. H. de Oliveira Marques, que relaciona a debilidade demográfica ao “fanatismo religioso”, esse fanatismo podia ser o “único consolo de absolvição da culpa de tolerância para com os hereges, os Judeus e outros católicos tíbios” [32].

Notas:
[1] MARQUES, A. H. de Oliveira, História de Portugal: Das Origens ao Renascimento, Vol. I, 14.ª ed., Lisboa, Presença, 2010, p. 269.
[2] Foi o primeiro censo feito em Portugal que abrangeu todo o território (que se conheça).
[3] DIAS, João José Alves, Gentes e Espaços: em torno da população portuguesa na primeira metade do século XVI, Braga, edição da Fundação Calouste Gulbenkian e da Junta Nacional Investigação Cientifica e Tecnológica, 1996, p. 7.
[4] RIBEIRO, Orlando, Geografia de Portugal: O Povo Português, Lisboa, edições João Sá da Costa, 1989.
[5] MARQUES, A. H. de Oliveira, História de Portugal: Das Origens ao Renascimento, op. cit, p. 348.
[6] O comércio a nível local foi a solução encontrada para salvar o comércio do oriente, já que os portugueses não tinham mercadorias suficientes para a prática da troca comercial.
[7] Ibidem, pp. 346-347.
[8] “Durante o reinado de D. João III, realizaram-se quatro alianças matrimoniais, todas elas com Espanha (…)”. DIAS, João José Alves, “Portugal do Renascimento à Crise Dinástica”, coord., vol. V, Nova História de Portugal, direcção de Joel Serrão e A. H. de Oliveira Marques, Lisboa, Presença, 1998, p. 737.
[9] Ibidem, pp. 731-732.
[10] Ibidem, p. 740.
[11] Ibidem, p. 727.
[12] DIAS, João José Alves, Gentes e Espaços: em torno da população portuguesa na primeira metade do século XVI, op cit, p. 208.
[13] Ibidem, pp. 183-184.
[14] Ibidem, p. 171. Chamo atenção para o facto de o autor referir indiscriminadamente o termos Estado para este período da Historia Moderna, e não procede à clarificação do termo, sendo que esse é um termo muito mais recente.
[15] Ibidem, p. 173.
[16] Ibidem, p. 180.
[17] Ibidem, p. 181.
[18] Ibidem, p. 184.
[19] Ibidem, p.7.
[20] Ibidem, p. 210.
[21] DIAS, João José Alves, “Portugal do Renascimento à Crise Dinástica”, coord., vol. V, Nova História de Portugal, direcção de Joel Serrão e A. H. de Oliveira Marques, Lisboa, Presença, 1998, p. 730.
[22] DIAS, João José Alves, Gentes e Espaços: em torno da população portuguesa na primeira metade do século XVI, op cit, p. 239.
[23] Ibidem, p. 240.
[24] Sede vacante à luz do direito canónico da Igreja Católica Romana, refere-se a dioceses que por morte, renúncia ou transferência, ficaram se bispo, responsável por reger, visitar e governar.
[25] Ibidem, p. 240.
[26] Ibidem, p. 241.
[27] Ibidem, p. 263.
[28] Ibidem, p. 275.
[29] Ibidem, pp. 277-278.
[30] MARQUES, A. H. de Oliveira, História de Portugal: Das Origens ao Renascimento, op. cit, p. 347.
[31] DIAS, João José Alves, “Portugal do Renascimento à Crise Dinástica”, coord., vol. V, Nova História de Portugal, direcção de Joel Serrão e A. H. de Oliveira Marques, Lisboa, Presença, 1998, p. 739.
[32] MARQUES, A. H. de Oliveira, op. cit, p. 347.

01/11/10

Inversão Térmica

Palavra-chave: Inversão térmica, chuva ácida, smog, concentração da poluição, Água, Massas de Ar, Atmosfera

A temperatura da atmosfera diminui proporcionalmente com a altitude.
As massas de ar são extremamente dinâmicas; as de ar quente tendem a subir em altitude na atmosfera, porque são mais leves, e as de ar frio, mais pesadas e densas, tendem a descer por compressão, compensando-se. À medida que o ar frio desce vai tornar-se mais quente em relação às camadas superiores adjacentes. Quando se aproxima do solo, aquecido pelo calor produzido pelas actividades humanas, pelos raios solares e pela emissão de calor da terra, forma uma massa de ar quente, que vai voltar a subir e a arrefecer; processo em constante dinâmica de compensação. (Fajardo, 1998).

Neste processo, totalmente natural, as massas de ar accionam a mistura vertical dos poluentes produzidos na terra, e impedem a sua acumulação e concentrações junto ao solo, tal como se verifica no esquema sem inversão da imagem seguinte, retirada de Ehrlich (1974:165).



A inversão térmica, representada no esquema inferior da imagem, verifica-se “ (…) quando uma camada de ar quente se sobrepõe a uma camada de ar frio, impedindo o movimento ascendente do ar”. (Fajardo, 1998:147). Geralmente, ocorrem inversões térmicas na atmosfera em altitude, mas em dias soalheiros e com baixa humidade relativa no ar, ocorrem em níveis mais baixos, próximos da superfície terrestre, o que dificulta a disseminação da poluição pelas camadas verticais da atmosfera terrestre, e aumenta a concentração dos poluentes que afectam directamente com a saúde humana, “ (…) causando problemas de saúde que vão desde irritação nos olhos até doenças broncopulmonares.” (Fajardo, 1998:147). Em altitude pode formar-se uma inversão se existir advecção de uma massa de ar mais quente.

É frequentemente pela manhã que surgem as inversões térmicas, o que se justifica pelo facto de ser neste o período do dia que se atinge as temperaturas mais baixas junto do solo, fruto da emissão de calor para a atmosfera durante todo o período nocturno. Também é pela manha que os automóveis circulam com maior intensidade, na deslocação casa/trabalho, libertando gases tóxicos, tais como o monóxido de carbono.

Para reforçar o exposto, Manahan (2000:279-280) no seu fabuloso trabalho Environmental Chemistry, referindo-se ao smog fotoquímico, indica as mesmas condições para a inversão térmica, conforme citação: “Na presença de NO [monóxido de azoto], sob as condições da inversão da temperatura, baixa humidade e luz solar, estes hidrocarbonetos [hidro (hidrogénio) + carbonetos (carbono)] produzem o indesejado smog fotoquímico manifestado pela presença de partículas, que reduzem a visibilidade, oxidantes como o ozono e espécies nocivas como os aldeidos.” (texto original na nota 1).

A inversão térmica, nas condições com que vulgarmente se identifica (formação de nuvens que impedem o sol de abrir de forma límpida), acontece mais no Inverno, nomeadamente após a passagem de uma frente fria. Resulta do facto de a camada de ar quente mais próxima do solo arrefecer mais do que a camada imediatamente superior (entrincheirando assim uma camada de ar quente entre duas camadas frias, superior e inferior), e de não existirem ventos fortes para as misturarem, conforme imagem acima. Não obstante, se no decorrer do dia se verificar o aquecimento da superfície e a circulação de vento, as camadas de ar voltam a interagir e restabelecem o ciclo natural da circulação atmosférica. (Fajardo, 1998).


Nota 1: Texto original Citado“In the presence of NO, under conditions of temperature inversion (see Chapter 11), low humidity, and sunlight, these hydrocarbons produce undesirable photochemical smog manifested by the presence of visibility-obscuring particulate matter, oxidants such as ozone, and noxious organic species such as aldehydes.”
Vídeo educativo: http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=13466


Referências Bibliográficas:

__________ Explicando o Tempo - Inversão Térmica (Vídeo), disponível em http://www.youtube.com/watch?v=iKI6QePYnYQ, acedido em 21 de Outubro de 2010.

EHRLICH, Paul; EHRLICH, Anne (1974), População, recursos, ambiente: problemas de ecologia humana, tradução de José Tundisi, Polígono, edição da Universidade de São Paulo, São Paulo.

FAJARDO, Elias (1998), Ecologia e cidadania: se cada um fizer a sua parte, Senac Nacional, Rio de Janeiro

MANAHAN, Stanley (2000), Environmental Chemistry, CRC Press online e Lewis Publishers, Boca Raton.