24/05/07

8. Reflexão




“É necessário que a indústria não continue a ser em todos os aspectos parasitária”
[nota 7]



O mercado nacional do papel está em crescimento e contribui fortemente para a economia portuguesa. Nos últimos anos o consumo per capita de papel foi muito reduzido, colocando Portugal numa das últimas posições a nível europeu, o que mostra existir potencial de crescimento. Tendo em conta o aumento do poder de compra (ainda abaixo da média europeia), o prolongamento do ensino obrigatório e as reduzidas taxas de leitura registadas no país, perspectiva-se um aumento do consumo de papel, quer por parte das artes gráficas (impulsionadas, nomeadamente, pelo dinamismo do mercado da publicidade), quer do consumidor final. Apesar das tecnologias de informação e comunicação (TIC) estarem a evoluir muito rápido, não apresentam qualquer tipo de ameaça à evolução económica deste sector industrial, podendo criar algum receio aos jornais, sendo improvável que se deixem de comercializar em papel curto prazo.

Contudo, a distribuição do tecido empresarial do sector não é homogéneo, já que existem empresas com diferentes dimensões, dinamismos e especializações produtivas. Serão provavelmente as unidades produtivas de maior dimensão, com diferentes graus de integração, com produtos de qualidade e de boa aceitação internacional, que acabarão por satisfazer o previsível acréscimo da procura. Por seu lado, e não se alterando as condições actuais, as pequenas unidades produtoras de papel, que detêm importância na economia local (até por criarem emprego), terão tendência a desaparecer gradualmente, na medida em que são muito vulneráveis aos preços das matérias-primas, e a sua produção é de baixa/média qualidade.

Uma possível expansão da produção de papel poderá ainda existir, se for tido em consideração o potencial mercado dos Países de Leste e dos países emergentes asiáticos, os nossos principais clientes da Europa do Sul (Espanha, França e Itália), pois possuem um consumo de papel ainda abaixo da média comunitária.



NOTAS:

[7] Frase retirada da capa do livro “Industria e as Artes Gráficas em Portugal” escrito por Alberto Gomes, publicado pelo seu jornal em 1989. Demonstra a crescente evolução de confiança neste sector, nomeadamente por parte da Comunicação Social.

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