24/05/07

6. História do Papel


Desde os princípios da humanidade que o Homem desenha as suas memórias visuais, sendo exemplos dessas memórias as cenas de caça encontradas nas paredes das cavernas onde o homem primitivo se abrigava, como por exemplo as grutas de Altamira (Espanha). As matérias-primas mais famosas e próximas do papel foram o papiro e o pergaminho. O papiro foi inventado pelos egípcios e, os exemplares mais antigos datam de 3.500 a.C. E, embora os chineses tenham sido os primeiros a fabricar papel com as características que actualmente possui.

Em 105 d.C., o imperador chinês Chien-ch'u, irritado por escrever sobre seda e bambu, ordenou ao seu oficial da Corte T'sai Lun que inventasse um novo material para a escrita. T'sai Lun produziu uma substância feita de fibras da casca da amoreira, restos de roupas e cânhamo, humedecendo e batendo a mistura até formar uma pasta. Depois, fez passar a pasta pela peneira para ficar fina, e secou esta ao sol, transformando-a numa folha de papel (princípio básico usado até hoje).

A primeira fábrica de papel apareceu em 1094 em Xativa, Espanha, aparecendo depois, por volta de 1150 a fábrica de Fabriano, em Itália. A partir daí, na Europa, começa-se a difundir a arte de produzir papel: França em 1189, Alemanha em 1291 e Inglaterra em 1330.


Máquina de Desfazer Trapos Holandesa


Curiosamente, a ideia de fazer papel a partir de fibras de madeira foi perdida algures neste percurso, pois o algodão e os trapos de linho foram transformados na principal matéria-prima utilizada. No fim do século XVI, os holandeses inventaram uma máquina que permitia desfazer trapos, desintegrando-os até ao estado de fibra.

Em 1719, o francês Reamur sugeriu o uso da madeira, em vez dos trapos, por existir uma enorme concorrência entre as fábricas de papel e a indústria têxtil, o que dificultava a obtenção e tornava mais cara a principal matéria-prima usada na época: o algodão e o linho. Certo dia, observando que as vespas mastigavam madeira podre e empregavam a pasta resultante para produzir uma substância semelhante ao papel na construção dos seus ninhos, Reamur percebeu que a madeira seria uma matéria-prima alternativa.

Mas apenas em 1850 foi desenvolvida uma máquina para moer madeira e transformá-la em fibras, processo que se passou a ser chamado pasta mecânica de celulose.

Em 1854 é descoberto na Inglaterra um processo de produção de pasta de celulose através de tratamento com produtos químicos, surgindo a primeira pasta química.

As primeiras espécies de árvores usadas na produção de papel em escala industrial foram o pinheiro e o abeto das florestas das zonas frias do Norte da Europa e América do Norte, utilizando-se depois espécies como: o vidoeiro, a faia e o choupo preto nos Estados Unidos e Europa Central e Ocidental, o pinheiro do Chile e Nova Zelândia, o eucalipto do Brasil, Espanha, Portugal, Chile e África do Sul.

A pasta de celulose vinda do eucalipto surgiu pela primeira vez, em escala industrial, no início dos anos 60, e ainda era considerada uma "novidade"
até a década de 70.


Indústria Moderna


Entretanto, de entre todas as espécies de árvores utilizadas no mundo para a produção de celulose, o eucalipto é a que tem o ciclo de crescimento mais rápido (com abundância de água) e por isso tornou-se a principal fonte de fibras para a produção do papel até à actualidade.

Sem comentários: