O sector da indústria papeleira tanto a nível mundial como a nível europeu tem registado uma crescente concentração, sendo do interesse da indústria nacional da pasta e do papel actuar para não perder parte do mercado, passando por criar segmentos com maiores barreiras à entrada e dilatar a capacidade produtiva das nossas empresas.
Existem neste sector empresas competitivas de dimensões internacionais, esperando que de futuro a indústria da pasta e do papel seja menos fragmentada, nomeadamente na Península Ibérica onde já se destacam empresas como a Portucel, a Soporcel e a espanhola ENCE, visando o aumento da competitividade e possíveis parcerias entre empresas especializadas no mesmo segmento de mercado com rigor de produção.
Apesar da indústria papeleira portuguesa ser em termos gerais competitiva, possui em termos de custos realidades diferentes, isto porque, se se diferenciar as empresas integradas das que adquirem a pasta no mercado, a competitividade do sector vai variar de acordo com o grau de integração da empresa. O mesmo se passa numa integração total, onde a estrutura de custos da empresa produtora de papel altera-se, sendo a produção de pasta determinada pela procura de papel; e, numa integração parcial, onde a procura de pasta é determinada em parte pelos factores expostos no caso da integração total e pelo preço da pasta no mercado. Assim, têm-se verificado muitos movimentos de integração vertical de empresas da pasta e do papel, bem como empresas da área da comercialização e da distribuição, como é o caso da Portucel industrial/Papéis Ina- pa/Inapa Distribuição, e também, a Inapa IGP que comprou a Papier Union, uma das maiores distribuidoras alemãs de papel, tornando-se a terceira empresa europeia distribuidora de papel, presente já em 10 países.
Como estratégia de internacionalização poderá pensar-se numa intensificação dos circuitos de comercialização e um investimento em unidades produtivas localizadas em países que apresentam um potencial de crescimento de consumo de papel, de que são exemplo os países emergentes e os Países do Sul e Leste da Europa. Isto porque é onde predominam as espécies resinosas e se prevê um aumento do poder de compra associado ao previsível crescimento económico.
Numa óptica de internacionalização, é de referir a criação da empresa de papel Renova Espana, com o objectivo de produzir para um mercado mais vasto, e para tirar vantagens da proximidade geográfica desse mesmo mercado, e também da Portucel Espanha com objectivos muito semelhantes.
O ambiente constitui uma preocupação para sector da pasta e papel, “dependendo” directamente da floresta, e também de todos os outros recursos naturais. Como já tinha referido anteriormente no capítulo da sustentabilidade ambiental as empresas têm apostado não só na gestão sustentável da floresta, mas também na redução do impacto ambiental do processo industrial recorrendo ao auxílio de tecnologia de ponta; não só em prol do meio ambiente mas também como estratégia de conquista de mercados com maior sensibilidade a estas questões.
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