23/06/11

3.4. Objectivos/Reivindicações


Os objectivos do Movimento dos Povos da Floresta Amazónica era adquirir terra para trabalhar e assegurar a protecção da floresta, fonte do seu sustento. Para isto fizeram-se ouvir no sentido de obter o apoio das massas populacionais urbanas, para que se indignassem com a exploração que estava a acontecer na Amazónia, e colaborassem na pressão exercido sobre o governo.

Os objectivos do Movimento dos Seringueiros do Acre são os mesmos[1], mas convêm salientar que para os seringueiros o principal objecto de trabalho não é a terra, mas a floresta (Gonçalves & Walter, 2009:2). A floresta tinha de ser salva a todo o custo. As suas vidas dependiam disso.

Reivindicavam uma reserva extrativista[2], o que conseguiram (Kaxi, 2007:online).



[1] Apesar de se estar a falar da mesma coisa em qualquer um dos dois movimentos, deve entender-se a separação dos objectivos porque a fracção dos seringueiros, como parte integrante do Movimento dos Povos da Floresta, foi muito mais activa. O que é natural, porque a floresta estava a ser destruída e os postos de trabalho dizimados. Por outro lado, também defendiam o acesso à terra, mas não tanto como os restantes povos tradicionais da Amazónia.
[2] Uma reserva extrativista é uma área utilizada por “populações tradicionais cuja sobrevivência se baseia no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais domésticos de pequena dimensão”. Tem como objectivo a protecção de todas as formas de vida e a matriz cultural das populações que integram a reserva. Visa ainda assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da reserva. As áreas particulares incluídas na reserva são expropriadas e passam a pertencer ao governo federal. A organização e administração é feita de acordo com a cultura de cada comunidade: “os índios organizam de acordo com o seu modo de vida, os seringueiros e castanheiros o fazem através de associações e cooperativas” (Rodrigues, 2007:online).

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