23/06/11

3.3. Características do Movimento


O Movimento dos Povos da Floresta Amazónica, encabeçado pelo Movimento dos Seringueiros do Acre, apresenta simultaneamente uma vertente social, cultural, económica e ambiental. Este movimento representa as designadas comunidades tradicionais, formadas pelos habitantes mais antigos da região (Norte/Rural). Estes também são denominados povos da floresta, seringueiros, castanheiros, ribeirinhos (habitam junto às linhas de água), indígenas, entre outros, e são assim designados por viverem na floresta e subsistirem por meio dos recursos que esta fornece, praticando o extrativismo e a agricultura de subsistência. Utilizam os recursos de forma sustentável, respeitam a floresta e são responsáveis (Aoki, 2006:146).

Têm uma posição de luta constante, sempre pacífica, sempre na base da negociação, com o Poder Político e Económico (latifundiários). Organizam-se de forma a definir tácticas de luta, instruem os intervenientes para poderem ser bem-sucedidos, e exercem pressão no poder político através da comunicação social.

A ocupação da terra, enquanto forma de luta, é uma característica permanente do Movimento, que caracteriza o contínuo na história dos trabalhadores expropriados do país. “Nas últimas décadas, camponeses, posseiros, pequenos produtores, seringueiros e castanheiros, entre outros, são os principais sujeitos dessa luta” (Pontes, 2010:4).

Realça-se o facto de as comunidades tradicionais, pela diversidade cultural, serem rivais, o que por exemplo, acontecia entre os índios e os seringueiros durante o primeiro ciclo da borracha. Contudo, no momento de se unirem para combater o “inimigo comum”, colocaram todas as divergências de lado (A.A.V.V., 2003:95).

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