25/01/06

3. Território, Povoamento e Dinâmica Interna (PRU)

3.1. Localização

Inserido na área da grande Lisboa, o Município da Amadora constitui-se, enquanto tal, a 11 de Setembro de 1979, altura em que deixou de ser território do Concelho de Oeiras.




É, actualmente, um concelho composto por onze freguesias, três das quais (Alfornelos, São Brás e venda Nova) se constituíram, enquanto tal, muito recentemente (1997).



3.2. Densidade Populacional





A densidade populacional no contexto concelhio tem uma repartição diferencial entre as freguesias: as freguesias de São Brás, Mina, Venteira e Alfragide são as menos habitadas, enquanto que a Reboleira é, destacando-se de todas as outras freguesias, a freguesia com uma maior densidade populacional, superior a 207 habitantes por hectare.





3.3. Pressão urbanística

A enorme densidade populacional gerou uma extensa rede urbana, urbanizando quase a totalidade do concelho, de forma homogénea e contínua. As primeiras faixas urbanizadas surgiram junto à linha de caminho de ferro, (freguesias da Mina e da Venteira) e que actuou como ponto dinamizador alastrando lentamente o processo de urbanização ás áreas mais afastadas. Na actualidade a taxa de urbanização é muito elevada, encontrando-se já preenchida quase toda a superfície do concelho.





Um dos maiores problemas do concelho é a habitação ilegal; em 1988 cerca de 17% da população residia em 13 bairros resultantes de loteamentos ilegais, num total de 6581 fogos, na grande maioria em condições de habitabilidade satisfatórias.

É de referir em 1988 cerca de 12% da população residia em 24 bairros degradados (predomínio de construções precárias) num total de 4554 fogos, na sua maioria sem condições mínimas de habitabilidade e irrecuperáveis.



A evolução foi grande e a autarquia conseguiu resolver muitos dos problemas dos bairros degradados e ilegais, sobretudo com a legalização da Brandoa e a irradiação de alguns bairros de barracas e a construção de bairros sociais. Já quanto ao âmbito do número de pavimentos dos edifícios verifica-se que a Amadora tem sobretudo edifícios com um piso o que é ainda uma herança clara dos antigos processos de urbanismo.




É também de frisar que as rendas das residências de habitação tem evoluído, existindo porém uma herança do “caduco” sistema de arrendamento, porém tem havido certos ajustamentos. Assim nota-se que a maioria das rendas na cidade é ainda bastante económica, isto por muitas das rendas serem ainda posteriores a 1975.





3.4. Mobilidade quotidiana

Crescendo como periferia da AML, a Amadora desenvolveu uma relação estreita com a capital. A constituição de periferias caracteriza-se por intensos movimentos pendulares com os centros para os quais são absolutamente fundamentais as infra-estruturas de acessibilidades.

A maior parte dos movimentos pendulares da população da Amadora diz respeito a movimentos intra-concelhios, ou seja, de pessoas que residem no Concelho e que se deslocam para fora da Amadora.




Desta análise, conclui-se que as saídas do Concelho perderam alguma importância – de 54,4% para 51% - embora as saídas para concelhos exteriores à AML tenham aumentado, de 0,6% para 1,1%, o que significa que os movimentos serão tendencialmente mais longos.



3.5. Taxas de Atracção e Repulsão


Por outro lado, as “entradas” reforçaram-se, o que significa que a Amadora aumentou a sua capacidade de atracção.



O aumento da capacidade de atracção do Concelho da Amadora não se fica só a dever a um aumento de “entradas” de trabalhadores, mas também ao crescimento do número de pessoas que vem estudar para o Concelho. Este é, no entanto, um movimento que quase fica “invalidado” devido ao aumento do número de estudantes que sai para ir estudar fora do Concelho, situação que se situa sobretudo ao nível do ensino universitário. Neste caso, verifica-se a situação de dependência da Amadora como periferia em relação à capital, essencialmente ao nível da criação de emprego impõe-se: a Amadora constituíu-se, nos últimos anos, como um dos concelhos que maior percentagens de movimentos para o Concelho de Lisboa realiza.



3.6. Acessibilidades, Meios e Modos de Transporte
    
     3.6.1. Acessibilidades e Meios de Transporte

O concelho em em estudo oferece boas acessibilidades rodoviárias: servido pelo IC 19, que liga Amadora a Queluz, Cacém e Sintra e pela N117 que liga ocontro da cidade à zona comercial e industrial de Alfragide e a Lisboa , Belém, Algés e A5 (Cascais)



O Concelho da Amadora tem bons meios de transporte: é servido pela linha ferroviária com três estações de acesso (Damaia, Reboleira e Amadora), com comboios disponíveis, em hora de ponta, de cinco em cinco minutos para Lisboa, várias carreiras rodoviárias com ligações a Queluz, Pontinha, Colégio Militar, Hospital da Amadora e, lcalmente, entre diversas freguesias, a linha Azul do Metropolitano de Lisboa, prolongada recentemente, até à freguesia de Alfornelos e à Freguesia da Falagueira.


     3.6.2. Modos de Transporte

No período entre 1991 e 2001, a AML assistiu à inversão de uma lógica de opções assente em transportes colectivos, para uma lógica assente no transporte individual. Para tal inversão, deve ter contribuído o investimento feito na expansão da rede rodoviária ou nos seus aperfeiçoamentos.

Em 1991, o automóvel não constituía o principal modo de transporte em nenhum dos concelhos da AML; em 2001 transformou-se em tal, para 40% do conjunto da população da AML.




Os dados para o Concelho da Amadora mostram que, em 1991, os transportes colectivos eram utilizados por mais de metade dos residentes na Amadora (56%) e somente 23% recorria ao transporte individual, dez anos depois, já perto dos 40% da população utilizava o transporte individual e apenas 45% se servia de transportes colectivos.

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