25/01/06

6. Habitação

6.1. Alojamentos Familiares

O Concelho da Amadora sofreu, na década de 90, um aumento do número de alojamentos familiares em mais 1,7 alojamentos por cada nova família.




O facto do crescimento do parque habitacional ter superado o crescimento do número de famílias fez com que o rácio alojamentos / famílias aumentasse ligeiramente de 1,16 em 1991, para 1,2, dez anos depois.




Este aumento do número de alojamentos ficou a dever-se, não só ao aumento daqueles números que se destinam a residência habitual, mas ao significativo acréscimo do número de alojamentos vagos os quais cresceram a um ritmo bem superior aos restantes.

Quanto à tipologia das formas de ocupação dos alojamentos, na década de 90 verificou-se uma perda de importância do arrendamento em detrimento do acréscimo da importância da “casa própria”.

Com efeito, em 1991, os alojamentos arrendados representavam cerca de 30% do total de alojamentos familiares clássicos e passaram para apenas 23% uma década depois. Os alojamentos ocupados pelos proprietários passaram de cerca de 50% para 57% no mesmo período.

Esta evolução pode ser compreendida pelo facto de, durante a década de 90, se ter registado numa acentuada baixa das taxas de juro e uma maior agressividade da actividade bancária, sobretudo no que toca aos créditos para habitação.


6.2. Alojamentos Familiares nas Freguesias

Já ao nível das freguesias, verificam-se algumas diferenças no que diz respeito ao regime de ocupação:




A freguesia da Mina viu diminuir o total de alojamentos familiares clássicos e as freguesias da Damaia e da Venteira apresentaram crescimentos muito baixos, sendo que, em qualquer uma delas, essa situação decorre, sobretudo, do decréscimo do número de alojamentos arrendados, sendo também, de igual modo, as freguesias onde a população diminuiu. Mina e Venteira são duas freguesias que constituem o centro da Amadora e, como tal, têm sido palco nas últimas décadas da substituição da função residencial do espaço, exercida sobretudo por uma população cada vez mais envelhecida, por uma função comercial e de serviços.

A Damaia é uma freguesia de ocupação antiga, também ela uma das mais envelhecidas do Concelho, que pouco tem beneficiado, em termos de imagem, da proximidade com alguns dos bairros mais pobres, esta imagem pode ter prejudicado o próprio crescimento do mercado de venda de habitação, sendo de facto aí que ele cresceu a um ritmo menos acelerado.

Alfragide foi a freguesia que mais viu crescer o número de casas próprias, assim como também foi uma das freguesias cuja população residente apresentou maiores taxas de crescimento; é uma zona de construção em forte desenvolvimento na década de 90, dirigida a uma classe média alta.

Crescimento bastante acima da média, de casas próprias, tiveram igualmente a Buraca, a Brandoa e ainda São Brás, freguesia de expansão mais recente com inícios no final dos anos 80, onde a venda de apartamentos marcou, desde logo, o seu processo de urbanização.

Ao contrário do Concelho onde se sentiu a perda de importância dos alojamentos arrendados, nas freguesias da Buraca, de Alfornelos e de São Brás a tendência foi contrária, ou seja, os alojamentos arrendados aumentaram.

Uma das problemáticas do Concelho da Amadora são os bairros degradados, aqui designados como “barracas”, nomeadamente o Bairro Estrela de África, o Bairro das Fontainhas, o Bairro Portas de Benfica e o Bairro 6 de Maio, sendo que os dois últimos se localizam à saída de Lisboa, consequência da “limpeza” realizada pela capital.




A sua forte presença no Concelho da Amadora também não é alheia ao facto de o Concelho ter apresentado uma grande oferta de emprego na indústria. Por outro lado, o facto de ser um concelho de grande crescimento populacional, proporcionou um incremento na construção civil e, concomitantemente, na oferta de trabalho num sector que muitos dos residentes nestes bairros ocupam.


Sem comentários: