25/01/06

CONCELHO DA AMADORA: Disciplina de Planeamento Regional e Urbano (PRU)


Índice Geral


1. Introdução e Metodologias de Trabalho

2. Enquadramento Geográfico e Histórico

3. Território, Povoamento e Dinâmica Interna
     3.1. Localização
     3.2. Densidade Populacional
     3.3. Pressão Urbanística
     3.4. Mobilidade Quotidiana
     3.5. Taxas de Atracção e Repulsão
     3.6. Acessibilidades, Meios e Modos de Transporte 14
          3.6.1. Acessibilidades e Meios de Transporte
          3.6.2. Modos de Transporte

4. Demografia
     4.1. Evolução da População no Concelho
     4.2. População Residente nas Freguesias
     4.3. Indicadores Demográficos
     4.4. Grupos Etários – Pirâmide Etária
     4.5. A Dinâmica Migratória
          4.5.1. População Estrangeira Residente
          4.5.2. População Estrangeira Residente por Freguesias
          4.5.3. Indicadores Migratórios

5. Estrutura Económica e Emprego
      5.1. Estrutura Económica
      5.2. Emprego
          5.2.1. População Activa na Amadora
          5.2.2. Taxas de Actividade e Desemprego

6. Habitação
     6.1. Alojamentos Familiares
     6.2. Alojamentos Familiares nas Freguesias

7. Educação

8. Saúde

9. Equipamentos Sociais
     9.1 - Equipamentos para Crianças e Jovens
     9.2. Equipamentos para Idosos

10. Cultura

11. Património Histórico e Cultural
     11.1. Património Imóvel Classificado – Monumentos Nacionais
          11.1.1. Aqueduto da Gargantada
          11.1.2. Necrópole de Carenque
          11.1.3. Aqueduto Romano
          11.1.4. Casa do Infantado
          11.1.5. Casa Roque Gameiro
          11.1.6. Portas de Benfica
          11.1.7. Recreios Desportivos da Amadora
          11.1.8. Mães de Água
     11.2. Espaços Verdes
           11.2.1. Parque Delfim Guimarães
           11.2.2. Parque Aventura
           11.2.3. Parque Central da Amadora
           11.2.4. Parque da Fantasia
           11.2.5. Parque Goa
           11.2.6. Parque da Ilha Mágica do Lido
           11.2.7. Parque Terra da Bonita

12. Inquérito
     12.1. Introdução
     12.2. Algumas considerações metodológica
     12.3. Analise dos dados
     12.4. Notas conclusivas

13. Matriz SWOT

14. Conclusão

15. Bibliografia

16.Anexos
     16.1 Inquérito entregue aos cidadãos da Amadora
     16.2 Fotos de problemas reais no Concelho da Amadora



Índice de Mapas, Quadros e Gráficos


Mapas:

Mapa 1 – Amadora no contexto da AML

Mapa 2 – AML no contexto nacional

Mapa 3 – Densidade Populacional do Concelho da Amadorano contexto da AML, 2001

Mapa 4 – Densidade Populacional nas freguesias do Concelho, 2001

Mapa 5 – Urbanização no Concelho da Amadora em 1955

Mapa 6 – Urbanização no Concelho da Amadora em 1965

Mapa 7 – Urbanização no Concelho da Amadora em 1975

Mapa 8 – Urbanização no Concelho da Amadora em 1989

Mapa 9 – Rede Rodoviária e Ferroviária que serve o Concelho da Amadora, 2001

Mapa 10 - Variação da População Residente, 1991 – 2001

Mapa 11 – Localização Geográfica do Património Imóvel Classificado

Mapa 12 – Localização Geográfica dos Espaços Verdes



Quadros:


Quadro 1 – Densidade Populacional do conjunto dos concelhos que constituem a Área Metropolitana de Lisboa (2001)

Quadro 2 – Bairros, fogos clandestinos e sua população em 1988 no Concelho da Amadora

Quadro 3 – Edifícios segundo o seu nº de pavimentos no Concelho da Amadora em 2001

Quadro 4 – Escalões de rendas praticados no Concelho da Amadora

Quadro 5 – Movimentos Pendulares, no Concelho da Amadora, 1991-2001

Quadro 6 – População Residente, por Freguesia, em 2001

Quadro 7 – Indicadores Demográficos da Amadora entre 1991/01

Quadro 8 – População Estrangeira Residente no Concelho da Amadora e Grande Lisboa

Quadro 9 – População Residente por Nacionalidade

Quadro 10 – População Estrangeira Residente por Freguesias

Quadro 11 – Indicadores Migratórios

Quadro 12 – Evolução da estrutura do Pessoal ao Serviço no Concelho da Amadora, por Sectores de Actividade

Quadro 13 – População Residente Activa, 2001

Quadro 14 – Alojamentos Familiares no Concelho da Amadora segundo o Tipo, 1991 e 2001

Quadro 15 – Alojamentos Familiares no Concelho da Amadora segundo a Forma de Ocupação, 1991-2001

Quadro 16 – Alojamentos Familiares Clássicos deResidência Habitual segundo Regime de Ocupação, por Freguesia, 1991 – 2001

Quadro 17 – Pessoas Residentes em Barracas, Segundo o Número de Famílias Clássicas e Pessoas Residentes, 2001

Quadro 18 – Taxa de Analfabetismo Registada no Concelho da Amadora e Grande Lisboa, 1991 e 2001

Quadro 19 – Taxa de Escolarização, no Concelho da Amadora e Grande Lisboa, Segundo o Grupo Etário e Sexo, 2001

Quadro 20 – Oferta de Equipamentos / Valências Dirigidas à Infância no Concelho da Amadora

Quadro 21 – Equipamentos Sociais para Idosos da Rede Solidária, no Concelho da Amadora, 2003

Quadro 22 – Idosos em Equipamentos Sociais da Rede Solidária, no Concelho da Amadora, 2003/04



Gráficos:


Gráfico 1 – Taxa Bruta de Atracção, Amadora (%)

Gráfico 2 – Taxa Bruta de Repulsão, Amadora (%)

Gráfico 3 – Modo de Transporte Principal Utilizado pelos Residentes, no Concelho da Amadora, por Tipo de Transporte, 1991-2001 (%)

Gráfico 4 – Evolução da População Residente

Gráfico 5 – Pirâmide etária da população residente no Concelho da Amadora, 2001

Gráfico 6 – Evolução das Taxas de Actividade e Desemprego, Concelhos da Grande Lisboa, 1991-2001

Gráfico 7 – Número de Alunos Matriculados no Ensino Básico e Secundário, no Concelho da Amadora, 1998/99 a 2002/03


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Apresentação em aula do trabalho




TRABALHO E APRESENTAÇÃO ELABORADOS POR:

Gisele Aquino / Liliana Bárcia / Marco Pais dos Santos / Ricardo Malafaia

1. Introdução e Metodologias de Trabalho (PRU)

A Amadora, que foi outrora considerada um dormitório, tem-se autonomizado em relação à capital. Está hoje dotada de vários equipamentos desportivos, culturais e serviços públicos ao serviço da população, mas ainda muito dependente dos equipamentos que servem a capital.

Como futuros geógrafos e muito perto da área em estudo, optámos pelo conhecimento interno desta área, através de inquéritos e do contacto directo com as massas populacionais, no sentido de perceber o seu agrado e desagrado pela área onde residem. Assim a parte qualitativa do nosso trabalho é uma reflexão sobre o que vimos, ouvimos e lemos.

Para a análise quantitativa servimo-nos do INE, nomeadamente dos censos 2001, por ainda ser a principal base de informação para a maioria dos indicadores. Todas as fotografias que não possuem fonte, tal como outros elementos do trabalho ou inquérito foram obtidas e tratadas pelo grupo.

2. Enquadramento Geográfico e Histórico (PRU)

A Amadora constituiu-se em torno do lugar da Porcalhota. Em 1907, a população local pediu ao rei D. Carlos que permitisse a mudança de nome, situação a que o Ministério do Reino deu despacho, renomeando a povoação de Amadora em 1907. Foi elevada a freguesia dentro do Concelho de Oeiras em 1916, e feita vila em 1936. O município da Amadora viria a ser criado em 11 de Setembro de 1979, por secessão da Amadora e da Venteira, do nordeste do Concelho de Oeiras. Nesse mesmo dia, foi elevada a cidade, e dividida nas freguesias de Alfragide, Brandoa, Buraca, Damaia, Falagueira, Venda Nova, Mina e Reboleira. Em 1997, foram enfim criadas as freguesias de Alfornelos, Falagueira, Venda Nova e São Brás, prefigurando assim a actual divisão municipal.

Ao longo de séculos este território foi um local marcadamente rural e que, tal como toda a envolvente, designada por zona saloia, abastecia a Capital de bens de primeira necessidade e força de trabalho.

A Estação da Porcalhota, inaugurada a 2 de Abril de 1887, veio transformar de uma forma drástica esta realidade, tendo dado origem ao núcleo urbano, que hoje corresponde ao centro da Cidade.

O comboio trouxe novas pessoas e ventos de mudança. A primeira e mais significativa foi a alteração do nome de Porcalhota para Amadora. Os novos habitantes queriam transformar esta terra num local exemplar para viver: a Fábrica de Espartilhos Santos Mattos marcou o início da industrialização, os Recreios Desportivos com o seu ringue de patinagem e com o seu salão de festas acolhiam as elites locais e da capital e a fundação da Escola Alexandre Herculano marcou o arranque de um ensino de qualidade para os filhos e filhas dos notáveis da cidade. Entre eles contam-se os nomes do aguarelista Alfredo Roque Gameiro ou do escritor Delfim Guimarães.

A constituição do Parque Industrial da Venda Nova nos anos 40 e a explosão demográfica dos anos 50/60 transformaram de forma indelével a paisagem humana e natural do território, sendo a Amadora um dos Municípios mais densamente povoados.

3. Território, Povoamento e Dinâmica Interna (PRU)

3.1. Localização

Inserido na área da grande Lisboa, o Município da Amadora constitui-se, enquanto tal, a 11 de Setembro de 1979, altura em que deixou de ser território do Concelho de Oeiras.




É, actualmente, um concelho composto por onze freguesias, três das quais (Alfornelos, São Brás e venda Nova) se constituíram, enquanto tal, muito recentemente (1997).



3.2. Densidade Populacional





A densidade populacional no contexto concelhio tem uma repartição diferencial entre as freguesias: as freguesias de São Brás, Mina, Venteira e Alfragide são as menos habitadas, enquanto que a Reboleira é, destacando-se de todas as outras freguesias, a freguesia com uma maior densidade populacional, superior a 207 habitantes por hectare.





3.3. Pressão urbanística

A enorme densidade populacional gerou uma extensa rede urbana, urbanizando quase a totalidade do concelho, de forma homogénea e contínua. As primeiras faixas urbanizadas surgiram junto à linha de caminho de ferro, (freguesias da Mina e da Venteira) e que actuou como ponto dinamizador alastrando lentamente o processo de urbanização ás áreas mais afastadas. Na actualidade a taxa de urbanização é muito elevada, encontrando-se já preenchida quase toda a superfície do concelho.





Um dos maiores problemas do concelho é a habitação ilegal; em 1988 cerca de 17% da população residia em 13 bairros resultantes de loteamentos ilegais, num total de 6581 fogos, na grande maioria em condições de habitabilidade satisfatórias.

É de referir em 1988 cerca de 12% da população residia em 24 bairros degradados (predomínio de construções precárias) num total de 4554 fogos, na sua maioria sem condições mínimas de habitabilidade e irrecuperáveis.



A evolução foi grande e a autarquia conseguiu resolver muitos dos problemas dos bairros degradados e ilegais, sobretudo com a legalização da Brandoa e a irradiação de alguns bairros de barracas e a construção de bairros sociais. Já quanto ao âmbito do número de pavimentos dos edifícios verifica-se que a Amadora tem sobretudo edifícios com um piso o que é ainda uma herança clara dos antigos processos de urbanismo.




É também de frisar que as rendas das residências de habitação tem evoluído, existindo porém uma herança do “caduco” sistema de arrendamento, porém tem havido certos ajustamentos. Assim nota-se que a maioria das rendas na cidade é ainda bastante económica, isto por muitas das rendas serem ainda posteriores a 1975.





3.4. Mobilidade quotidiana

Crescendo como periferia da AML, a Amadora desenvolveu uma relação estreita com a capital. A constituição de periferias caracteriza-se por intensos movimentos pendulares com os centros para os quais são absolutamente fundamentais as infra-estruturas de acessibilidades.

A maior parte dos movimentos pendulares da população da Amadora diz respeito a movimentos intra-concelhios, ou seja, de pessoas que residem no Concelho e que se deslocam para fora da Amadora.




Desta análise, conclui-se que as saídas do Concelho perderam alguma importância – de 54,4% para 51% - embora as saídas para concelhos exteriores à AML tenham aumentado, de 0,6% para 1,1%, o que significa que os movimentos serão tendencialmente mais longos.



3.5. Taxas de Atracção e Repulsão


Por outro lado, as “entradas” reforçaram-se, o que significa que a Amadora aumentou a sua capacidade de atracção.



O aumento da capacidade de atracção do Concelho da Amadora não se fica só a dever a um aumento de “entradas” de trabalhadores, mas também ao crescimento do número de pessoas que vem estudar para o Concelho. Este é, no entanto, um movimento que quase fica “invalidado” devido ao aumento do número de estudantes que sai para ir estudar fora do Concelho, situação que se situa sobretudo ao nível do ensino universitário. Neste caso, verifica-se a situação de dependência da Amadora como periferia em relação à capital, essencialmente ao nível da criação de emprego impõe-se: a Amadora constituíu-se, nos últimos anos, como um dos concelhos que maior percentagens de movimentos para o Concelho de Lisboa realiza.



3.6. Acessibilidades, Meios e Modos de Transporte
    
     3.6.1. Acessibilidades e Meios de Transporte

O concelho em em estudo oferece boas acessibilidades rodoviárias: servido pelo IC 19, que liga Amadora a Queluz, Cacém e Sintra e pela N117 que liga ocontro da cidade à zona comercial e industrial de Alfragide e a Lisboa , Belém, Algés e A5 (Cascais)



O Concelho da Amadora tem bons meios de transporte: é servido pela linha ferroviária com três estações de acesso (Damaia, Reboleira e Amadora), com comboios disponíveis, em hora de ponta, de cinco em cinco minutos para Lisboa, várias carreiras rodoviárias com ligações a Queluz, Pontinha, Colégio Militar, Hospital da Amadora e, lcalmente, entre diversas freguesias, a linha Azul do Metropolitano de Lisboa, prolongada recentemente, até à freguesia de Alfornelos e à Freguesia da Falagueira.


     3.6.2. Modos de Transporte

No período entre 1991 e 2001, a AML assistiu à inversão de uma lógica de opções assente em transportes colectivos, para uma lógica assente no transporte individual. Para tal inversão, deve ter contribuído o investimento feito na expansão da rede rodoviária ou nos seus aperfeiçoamentos.

Em 1991, o automóvel não constituía o principal modo de transporte em nenhum dos concelhos da AML; em 2001 transformou-se em tal, para 40% do conjunto da população da AML.




Os dados para o Concelho da Amadora mostram que, em 1991, os transportes colectivos eram utilizados por mais de metade dos residentes na Amadora (56%) e somente 23% recorria ao transporte individual, dez anos depois, já perto dos 40% da população utilizava o transporte individual e apenas 45% se servia de transportes colectivos.

4. Demografia

4.1. Evolução da População no Concelho

Em 2001 residiam na Amadora 175.872 pessoas. Este número culmina com um processo de evolução demográfica que se dá conta no gráfico seguinte:




Tomando 1940 como ponto de referência, a população do Concelho cresceu continuamente até 1991, ainda que de uma forma não constante. Ao longo do período considerado, os maiores acréscimos populacionais ocorreram entre os anos 50 e 70, décadas em que a sua dinâmica de crescimento mais se distancia da ocorrida na Grande Lisboa.

Até à década de 50 o crescimento populacional da Amadora decorre fundamentalmente do desenvolvimento das infra-estruturas de transportes. A explosão demográfica verificada entre 50 e 70 fica a dever-se à industrialização da AML, na qual se inscreve a criação do Parque Industrial da Venda Nova (ainda nos anos 40), que se constitui como factor de forte atracção de fluxos migratórios, com origem noutras zonas do país.

A Amadora foi dos concelhos que, entre 1960/80 mais registou a entrada de população vinda da cidade de Lisboa. Por um lado, porque é um dos geograficamente mais próximos e, por outro, devido à acessibilidade concedida através da rede de transportes, nomeadamente o caminho-de-ferro da Linha de Sintra.

No entanto, é já na década de 70 que o Concelho começa a desacelerar o seu ritmo de crescimento populacional, tendência que se acentua nos anos 80. entre 1991 e 2001, a desaceleração anterior dá origem a um decréscimo de habitantes na Amadora na ordem dos –3,2%, revelando o Concelho, desta vez, um movimento inverso ao registado no contexto global da grande Lisboa.

4.2. População Residente nas Freguesias

Considerando apenas esta última década, verifica-se que este decréscimo populacional foi comum à maioria das freguesias do Concelho. Apenas quatro revelaram um aumento de população durante esse período, sendo elas Alfragide (+42%), Alfornelos (+13%), Buraca (+9%) e S. Brás (+8%).




Alfragide foi, nos últimos anos, palco de um acentuado crescimento urbano com a construção de numerosas urbanizações em altura, destinadas a uma classe média alta.

As freguesias de S. Brás e Alfornelos resultam de uma nova reorganização administrativa de carácter interno no Concelho da Amadora, tendo a sua constituição “roubado” habitantes às freguesias da Mina e Brandoa, respectivamente.

4.3. Indicadores Demográficos





4.4. Grupos Etários – Pirâmide Etária









4.5. A Dinâmica Migratória

Na Amadora os fluxos Imigratórios tiveram uma importância muito grande no seu crescimento populacional e apesar de, na última década, o total de população ter diminuído, o número de estrangeiros aumentou – só entre 1999 e 2001 deram entrada no Concelho 2680 Imigrantes – o que significa que o decréscimo populacional só não foi maior devido a estes movimentos com origem exterior do País.

4.5.1. População Estrangeira Residente





     4.5.2. População Estrangeira Residente por Freguesias

À escala das freguesias, foi na freguesia de S. Brás onde os estrangeiros mais aumentaram, devendo-se, sobretudo, a um crescimento do número de Angolanos e Brasileiros.

Na Falagueira o aumento foi sobretudo de Cabo-Verdianos e de Angolanos, situação idêntica à da Brandoa e às da Reboleira e da Venteira, freguesias onde acresce um grande aumento de população de nacionalidade brasileira.





   4.5.3. Indicadores Migratórios



5. Estrutura Económica e Emprego

     5.1. Estrutura Económica


No plano das actividades económicas, a Amadora é um concelho que tem vindo a sofrer alterações significativas na sua estrutura, podendo-se, a este nível, identificar dois eixos principais, em torno dos quais se formam essas alterações.

Por um lado, um processo de desindustrialização que assentou essencialmente na perda de importância das “indústrias transformadoras”, tanto em termos de pessoal ao serviço como de número de estabelecimentos, e que se torna muito visível no decurso da década de 1990.

Por outro lado, deu-se uma acentuada terciarização da actividade económica do Concelho, consubstanciada por uma significativa capacidade de criação de emprego e pelo surgimento de novos estabelecimentos no sector dos serviços.

Estes processos resultam da integração da Amadora no contexto da AML e das características complexas desta região: por um lado, a vocação terciária inerente a um centro institucional (Lisboa) e, por outro lado, o desenvolvimento industrial que ocorreu na fase de crescimento mais expressivo, os anos 50/60, com a instalação de grandes unidades de uma indústria pesada, voltada para o mercado interno, tal como aconteceu na Amadora.




Em 1992, o sector secundário ocupava a maior parte do pessoal ao serviço na Amadora: cerca de 51%. No mesmo ano, o sector terciário não ocupava sequer metade do pessoal ao serviço do Concelho (48,5%).

No decorrer da segunda metade da década de 90, verificou-se uma perda da importância do sector secundário que, em 2000, abrangia apenas 36% do pessoal ao serviço, e um aumento da importância do sector terciário que, apesar de ter perdido efectivos entre 1999 e 2000, aumentava a sua proporção para quase dois terços (64%).



     5.2. Emprego

          5.2.1. População Activa na Amadora

A população activa residente no Concelho da Amadora aumentou significativamente entre 1991 e 2001, passando de 92.565 para cerca de 94000 habitantes. Este aumento de população activa conjugado com a diminuição da população no Concelho traduziu-se num aumento da taxa de actividade de 50,9% para 53,4%, valor acima dos 52,5% registados na grande Lisboa e dos 48,4% registados em Portugal Continental.





          5.2.2. Taxas de Actividade e Desemprego


Se por um lado, a taxa de actividade no concelho da Amadora, em 2001, era superior à média registada para os concelhos da Grande Lisboa e para Portugal Continental, a sua taxa de desemprego (7,8%) era também superior à registada na região da grande Lisboa (7,1%) e à de Portugal Continental (6,9%).

E ao contrário do que se verificou nos concelhos de Cascais, Lisboa e Mafra, nos quais a taxa de desemprego praticamente não se alterou, e no concelho de Vila Franca de Xira, onde a taxa de desemprego praticamente diminuiu, o concelho da Amadora registou um aumento da taxa de desemprego entre 1991 e 2001 de um ponto percentual, 6,8% para 7,8%.





6. Habitação

6.1. Alojamentos Familiares

O Concelho da Amadora sofreu, na década de 90, um aumento do número de alojamentos familiares em mais 1,7 alojamentos por cada nova família.




O facto do crescimento do parque habitacional ter superado o crescimento do número de famílias fez com que o rácio alojamentos / famílias aumentasse ligeiramente de 1,16 em 1991, para 1,2, dez anos depois.




Este aumento do número de alojamentos ficou a dever-se, não só ao aumento daqueles números que se destinam a residência habitual, mas ao significativo acréscimo do número de alojamentos vagos os quais cresceram a um ritmo bem superior aos restantes.

Quanto à tipologia das formas de ocupação dos alojamentos, na década de 90 verificou-se uma perda de importância do arrendamento em detrimento do acréscimo da importância da “casa própria”.

Com efeito, em 1991, os alojamentos arrendados representavam cerca de 30% do total de alojamentos familiares clássicos e passaram para apenas 23% uma década depois. Os alojamentos ocupados pelos proprietários passaram de cerca de 50% para 57% no mesmo período.

Esta evolução pode ser compreendida pelo facto de, durante a década de 90, se ter registado numa acentuada baixa das taxas de juro e uma maior agressividade da actividade bancária, sobretudo no que toca aos créditos para habitação.


6.2. Alojamentos Familiares nas Freguesias

Já ao nível das freguesias, verificam-se algumas diferenças no que diz respeito ao regime de ocupação:




A freguesia da Mina viu diminuir o total de alojamentos familiares clássicos e as freguesias da Damaia e da Venteira apresentaram crescimentos muito baixos, sendo que, em qualquer uma delas, essa situação decorre, sobretudo, do decréscimo do número de alojamentos arrendados, sendo também, de igual modo, as freguesias onde a população diminuiu. Mina e Venteira são duas freguesias que constituem o centro da Amadora e, como tal, têm sido palco nas últimas décadas da substituição da função residencial do espaço, exercida sobretudo por uma população cada vez mais envelhecida, por uma função comercial e de serviços.

A Damaia é uma freguesia de ocupação antiga, também ela uma das mais envelhecidas do Concelho, que pouco tem beneficiado, em termos de imagem, da proximidade com alguns dos bairros mais pobres, esta imagem pode ter prejudicado o próprio crescimento do mercado de venda de habitação, sendo de facto aí que ele cresceu a um ritmo menos acelerado.

Alfragide foi a freguesia que mais viu crescer o número de casas próprias, assim como também foi uma das freguesias cuja população residente apresentou maiores taxas de crescimento; é uma zona de construção em forte desenvolvimento na década de 90, dirigida a uma classe média alta.

Crescimento bastante acima da média, de casas próprias, tiveram igualmente a Buraca, a Brandoa e ainda São Brás, freguesia de expansão mais recente com inícios no final dos anos 80, onde a venda de apartamentos marcou, desde logo, o seu processo de urbanização.

Ao contrário do Concelho onde se sentiu a perda de importância dos alojamentos arrendados, nas freguesias da Buraca, de Alfornelos e de São Brás a tendência foi contrária, ou seja, os alojamentos arrendados aumentaram.

Uma das problemáticas do Concelho da Amadora são os bairros degradados, aqui designados como “barracas”, nomeadamente o Bairro Estrela de África, o Bairro das Fontainhas, o Bairro Portas de Benfica e o Bairro 6 de Maio, sendo que os dois últimos se localizam à saída de Lisboa, consequência da “limpeza” realizada pela capital.




A sua forte presença no Concelho da Amadora também não é alheia ao facto de o Concelho ter apresentado uma grande oferta de emprego na indústria. Por outro lado, o facto de ser um concelho de grande crescimento populacional, proporcionou um incremento na construção civil e, concomitantemente, na oferta de trabalho num sector que muitos dos residentes nestes bairros ocupam.


7. Educação

No concelho da Amadora o envelhecimento da população e o decréscimo demográfico levou à origem de uma diminuição da população escolar.




Também o aumento da população idosa e os processos de legalização de imigrantes, decorridos nos anos 90, contribuíram para uma maior capacidade de recenseamento de população imigrante, podendo explicar os factores que explicam a evolução negativa das taxas de analfabetismo no Concelho:





Tal como se pode verificar, os mais jovens atingem taxas de escolarização bastante acima dos 90%; o grupo dos maiores de 64 anos apresenta uma taxa na ordem dos 65%.

Para além desta evolução geracional, existe um outro elemento significativo na representação entre mulheres e homens. Se as mulheres das faixas etárias mais avançadas são as que têm taxas de escolarização mais baixas, especialmente no grupo dos 65 anos e mais, isso deixa de acontecer a partir do grupo dos 25-44 anos.

O quadro anterior revela, ainda, que as taxas de escolarização da Amadora são sempre mais baixas, quando comparadas com as da grande Lisboa, na sua generalidade.

8. Saúde


O Concelho da Amadora dispõe de um hospital público, o Hospital Fernando Fonseca, localizado junto ao IC 19, que serve não só o Concelho da Amadora, como também o Concelho de Sintra. Já ao nível das freguesias, todos as freguesias têm um Centro de Saúde, excepto na freguesia de Alfragide que, deste modo, mobiliza os utentes para o Centro de Saúde da Buraca.

No entanto, existem alguns problemas no acesso aos serviços de Saúde no Concelho da Amadora:

     • O pessoal de enfermagem em actividade no concelho por 1000 habitantes (3,8‰) é inferior à média do país (4‰) e muito inferior à média da Grande Lisboa (5,4‰).

     • O número de consultas por habitante é substancialmente superior na Amadora (5,1 consultas por habitante), por comparação com a Grande Lisboa (4,6) e com o país (apenas 3,8).

     • O número de camas por 1000 habitantes (5,8‰) é superior ao do país (apenas 4,2‰) mas ainda inferior ao da Grande Lisboa (6,4‰).

     • Elevado número de utentes sem médico de família (15.000 em Outubro de 2002, segundo os dados da Carta de Saúde da Amadora)

Em contrapartida, a taxa de ocupação das camas nos equipamentos de saúde sofreu uma significativa redução de 84,6% em 1997, para apenas 56,1% em 2001 situando-se muito abaixo das registadas no país (66,5%) e na Grande Lisboa (65,1%).

9. Equipamentos Sociais

Estes equipamentos visam “assegurar a especial protecção aos grupos mais vulneráveis, nomeadamente crianças, jovens, pessoas com deficiência e idosos, bem como a outras pessoas em situação de carência económica ou social, disfunção ou marginalização social” (http://www.seg-social.pt/).


9.1 - Equipamentos para Crianças e Jovens

O Concelho da Amadora tem disponível um leque de equipamentos dirigidos às crianças e jovens com o objectivo de satisfazer as necessidades das famílias e de estimular o desenvolvimento integral das crianças. Os equipamentos disponíveis têm respostas nas valências de creche, Creche Familiar e ATL sendo a modalidade de cada um deles a seguinte:



Tendo em conta apenas os equipamentos municipais e da rede solidária verifica-se que as IPSS são as que detêm o maior número de equipamentos destinados a crianças, sendo a creche a resposta social existente em menor número.

Quando atentamos à distribuição destes equipamentos tendo em conta a freguesia onde se localizam, verifica-se que os ATL’s estão implementados em todas as freguesias do Concelho da Amadora, sendo que as creches prevalecem nas freguesias da Buraca (5) e de Alfragide (3).


9.2. Equipamentos para idosos

Na Amadora pode-se verificar a existência de um conjunto de valências, procurando-se a diversificação das respostas dadas.



São 17 as instituições que, no Concelho da Amadora, gerem um total de 32 equipamentos sociais destinados à população idosa. Destes equipamentos, destacam-se os Centros de Convívio e os Centros de Dia pelo número de idosos que abrangem:




Segundo um questionário levado a cabo pelo GAS (Gabinete de Acção Social da Câmara Municipal da Amadora), a maioria dos utentes frequenta os Centros de dia diariamente passando grande parte do seu tempo nas instalações, apesar de na maioria dos casos, não haver serviço de refeições.

O Apoio Domiciliário, com um total de 483 idosos, presta “cuidados individualizados e personalizados, no domicílio, a pessoas e famílias, quando, por motivo de doença, deficiência ou outro impedimento, não possam assegurar, temporária ou permanentemente, a satisfação das suas necessidades básicas e/ou as actividades da vida diária” (Carta Social, Relatório 2001).

Quanto aos Lares, existem apenas dois lares não lucrativos, ambos pertencentes à Santa casa da Misericórdia da Amadora, que dão resposta a 128 idosos.

No entanto, o crescente aumento da população idosa faz com que seja necessária uma requalificação destes equipamentos de modo a que haja uma crescente cobertura a nível concelhio, quer com a criação de novas infra-estruturas, quer com a requalificação dos equipamentos através de uma aposta em pessoal qualificado e na diversificação e inovação dos serviços prestados.

10. Cultura


O Concelho da Amadora, apesar da elevada densidade populacional, não apresenta grandes acessos à cultura. Existe, em todo o concelho, apenas uma sala de espectáculos, que funciona simultaneamente como sala de cinema que nem sempre tem as suas portas abertas. Assim, verifica-se, a partir de todos os pontos do Concelho, um movimento para outros centros comerciais (como o Centro Comercial Colombo) e para outras salas de espectáculo localizados em Sintra ou em Lisboa.

Temporariamente, no Parque Delfim Guimarães, localizado no centro da Amadora, ocorre feiras artesanais, com bancas de origem de vários pontos do país e, em Setembro, na altura das festas no âmbito das celebrações da data da constituição do local como município (11 de Setembro), ocorre a Feira do Livro e as festas daí decorrentes que, em 2006, trouxe de volta os concertos ao Parque Central da Amadora o que, desde 2001, tal não acontecia.

A Biblioteca Municipal da Amadora, localizada junto à PSP da freguesia da Mina, é uma pequena casa com uma variedade deficiente sendo que, a biblioteca que apresenta maior diversidade, se localiza na freguesia de São Brás mas que a maioria da população não tem acesso, quer por desconhecimento, quer por falta de oportunidade, já que a biblioteca encerra antes do regresso dos residentes à freguesia, quer por fraco acesso, já que se encontra num local com pouca acessibilidade em relação ao resto do concelho.

Finalmente, o Concelho da Amadora possuí as piscinas municipais, propriedade do Estádio José Gomes, onde treina o clube de desportivo Estrela da Amadora e um pequeno campo de futebol, equipado e com parque de estacionamento, localizado na freguesia de São Brás, onde pequenos eventos desportivos como torneios costumam realizar-se ocasionalmente sendo que, na maioria do tempo se encontra desocupado.

11. Património Histórico e Cultural


Actualmente a ideia de progresso económico tem muita importância, mas o passado impôs-se como um lugar de referência. Assegurarmo-nos daquilo que fomos é indispensável para sustentar aquilo que pensamos ser. A recuperação do passado surge assim como um dos instrumentos simbólicos mais utilizados nas negociações identitárias.

No Concelho de Amadora, tal como noutros contextos de norte a sul do país, a patrimonialização abrange elementos tão diversos como paisagens, monumentos, arquitecturas tradicionais, artesanato, romarias, gastronomia; todos os objectos que possam, uma vez transformados em representações materiais do passado, servirem às ficções identitárias das pessoas.

A origem histórica de Amadora e o seu povoamento ao longo dos séculos deixaram um conjunto de elementos identificativos que conseguiram chegar até aos nossos dias, conferido aos territórios onde estão implantados uma carga simbólica da cultura humana.

Em todo o concelho, existem oito Monumentos Nacionais classificados e protegidos por legislação, repartidos pela freguesia da Mina, Venteira e Venda-Nova.

Para melhor identificar na área concelhia o património e os espaços verdes, utilizou-se pontos nos mapas, que estão numerados de acordo com a subdivisão dos pontos 9.1 e 9.2, com a mesma ordem.


     11.1. Património Imóvel Classificado – Monumentos Nacionais

A Câmara Municipal da Amadora tem desenvolvido ao longo do tempo, esforços para garantir a gestão e conservação do património paisagístico e urbanístico através da recuperação de diversos Imóveis.
Embora a classificação estivesse prevista no regulamento do PDM, nunca foi levada à prática.





Sendo alguns destes Imóveis propriedade particular e em considerável estado de degradação, a Autarquia notificou vários proprietários no sentido de realizarem obras de beneficiação e recuperação dos Imóveis, devendo as obras ser executadas de forma a respeitar as características e materiais originais do imóvel.

Envolvendo este processo alguma complexidade, diversas fases e entidades, a CMA celebrará brevemente um protocolo que agilize e concretize a classificação dos Imóveis, beneficiando o património e a memória histórica do Município.

          11.1.1. Aqueduto da Gargantada

No reinado de D. Pedro III, o príncipe D. João (futuro D. João VI) realizaram-se explorações preliminares na Nascente da Gargantada, que lhe tinha sido oferecida por Justino Álvares.

Em 1790, iniciaram-se as obras com o intuito de levar água até ao Terreiro do Paço de Queluz, para consumo das cavalariças reais. Estes trabalhos foram entregues a Joaquim José Reis, que terminou a obra em 1794.

O Aqueduto nasce no lugar da Gargantada, Carenque, onde existem duas nascentes: a nascente da Gargantada e a do Pocinho.

No seu percurso, segue pela encosta esquerda do vale até à Ponte de Carenque, num troço subterrâneo, transpõe a Ribeira de Carenque, e entra na freguesia da Venteira, onde apresenta um troço exterior, constituído por um conjunto de arcarias; continua então para o seu destino, o Palácio de Queluz, já no Município de Sintra.

Estas águas serviram vários chafarizes em Queluz, nomeadamente: Chafariz das Quatro Bicas, Fonte dos Namorados e Chafariz das Carrancas.

A partir de 1802, a água é encanada para as cocheiras reais. A falta de limpeza provocou a inutilização do Aqueduto sendo a água deste, desviada para a Quinta das Necessidades, na Reboleira, em 1846.






          11.1.2. Necrópole de Carenque

A Necrópole de Carenque é constituída por três sepulcros colectivos (designados de I, II e III, contando de Este para Oeste) escavados em 1932, pelo arqueólogo Manuel Heleno, nos afloramentos calcários do Tojal de Vila Chã, entre Carenque e os Moinhos da Funcheira.






          11.1.3. Aqueduto Romano

Lisboa era uma cidade cujo abastecimento de água era deficitário, e tal como os Romanos tinham feito, sugeria-se que se construísse um Aqueduto que suprisse estas necessidades.

Em 1979, o Aqueduto foi identificado no troço sul, situado junto do Bairro da Mina. Nesse mesmo ano iniciaram-se os trabalhos arqueológicos, tendo-se prolongado pelo ano seguinte.

Descobriu-se que o Aqueduto se estendia para Norte; nomeadamente, pela Ribeira de Carenque até à Barragem Romana, e também para Este.






           11.1.4. Casa do Infantado

Localiza-se na Rua Elias Garcia, conhecido por "Palácio do Infantado", datado do Século XVIII, actualmente funciona, numa parte deste edifício, o Externato Verney.

Por lá terão passado funcionários da Corte, que seguindo viagem a caminho dos palácios de Queluz, Mafra ou Sintra, buscavam um local para repousar e uma estrebaria para tratar as montadas, condições que esta casa reunia.

É também chamada Casa do Infantado, por ter sido uma das propriedades herdadas após a Restauração (1640) pelos segundos filhos reais, que foram confiscadas a fidalgos considerados traidores.






          11.1.5. Casa Roque Gameiro

Esta vivenda foi edificada entre 1898 e 1901 no alto da Venteira, para a habitação do pintor Alfredo Roque Gameiro e da sua família. Nesta época, entre o local e a então chamada Estação da Porcalhota, podia desfrutar-se de uma vista bucólica sobre os campos lavrados, sobretudo searas, que se estendiam em seu redor.

A Casa é um exemplo típico do conceito de "Casa Portuguesa", inspirada na arquitectura popular das diferentes regiões do país.





           11.1.6. Portas de Benfica

Localizam-se na velha estrada da Circunvalação Fiscal de Lisboa, no limite das cidades de Lisboa e Amadora.

As Portas de Benfica integravam um sistema de controlo das entradas de mercadorias na cidade e de cobrança do imposto designado por Real da Água e dos direitos de consumo sobre os géneros alimentares vendidos na Capital fazendo parte da Alfândega Municipal, criada em Lisboa, em 1852, para fiscalizar os direitos de trânsito para a cidade.






          11.1.7. Recreios Desportivos da Amadora

São fruto da iniciativa de José Santos Mattos e António Correia. Em 1912, já tinham sido inaugurados os primeiros recintos desportivos, constituídos então por um campo de ténis e um ringue de patinagem cimentado.

Alguns anos mais tarde, os Recreios possuíam um grandioso salão de festas, um cine-teatro, um campo de patinagem em madeira (concluído em 1915) e um campo de ténis.

O edifício do ponto de vista arquitectónico ao longo do tempo sofreu várias alterações, tendo sido a primeira em 1943 sob a responsabilidade do arquitecto Raúl Lima, que consistiu na construção de uma nova sala de espectáculos e cinema, com uma plateia de 600 lugares.

Actualmente, e após um interregno de alguns anos, funciona como um espaço cultural que actua como pólo produtor e difusor de cultura, nomeadamente nas áreas de cinema, teatro, ballet e realização de exposições temporárias.






          11.1.8. Mães de Água

As Mães de Água estão separadas pela Ribeira de Carenque que divide os Municípios da Amadora e Sintra.

O seu conjunto marca o início do Aqueduto Geral das Águas Livres, no Município da Amadora. A Mãe de Água Nova é de cantaria, tem 17 metros de altura desde o fundo da câmara interior até à base da lanterna e 5 metros de profundidade onde se pode aceder por uma escada de 29 degraus em meia circunferência no interior.






      11.2. Espaços Verdes


Neste âmbito, a Câmara Municipal da Amadora tem vindo a desenvolver esforços no sentido de dotar o Município de mais espaços verde, através da criação de mais Parques Urbanos e outras zonas verdes, bem como a recuperação e renovação de espaços verdes já existentes.




Neste sentido, a Câmara Municipal da Amadora promoveu a construção de parques especialmente dedicados aos jovens e à educação (Parque Aventura, na Ribeira da Falagueira, freguesia da Falagueira), à água e aos desportos radicais (Ilha Mágica do Lido, na freguesia da Venteira), e às crianças e aos avós (Parque da Fantasia, freguesia da Venteira).

Antes da construção dos parques, são realizados estudos, no sentido de dirigir os parques à população que os vai frequentar maioritariamente.


          11.2.1. Parque Delfim Guimarães

Este Jardim-Parque foi inaugurado em 27 de Julho de 1937, sendo-lhe atribuído o nome de Delfim Guimarães como homenagem, pelo empenho no desenvolvimento da Amadora que este poeta teve, através da sua participação cívica enquanto habitante da Amadora.

Este espaço nobre no centro da cidade, foi durante muitos anos o principal parque da Amadora, constituindo uma referência histórica e afectiva, no que diz respeito aos espaços verdes, para os habitantes do Município.





          11.2.2. Parque Aventura


Com uma área de cerca de 5 ha, o Parque Aventura inclui zonas verdes, pedonais e cicláveis, e elementos do património arquitectónico valorizadores daquele espaço: uma Casa Rural da Ordem de Malta, uma ponte da mesma época, um troço do Aqueduto de S. Brás, subsidiário do Aqueduto das Águas Livres e uma mãe-de-água.

Os desportos aventura são o tema do Parque, que inclui diversos equipamentos, nomeadamente uma ludoteca, um circuito de mini-golfe, uma horta pedagógica, uma escola de trânsito para as crianças e um parque infantil de grandes dimensões, com torres com escorregas, torres para trepar, molas e baloiços, havendo também espaços destinados à terceira idade e cascatas.

Para potenciar os efeitos da vegetação do Parque, foi instalado um sistema de iluminação directa e colorida, que realça as suas características próprias, permitindo, com efeitos de luz / sombra / cor, criar um ambiente diferente no parque durante a noite.






          11.2.3. Parque Central da Amadora


Localiza-se na freguesia da Mina e desde 2004 possui um circuito de manutenção para idosos e pessoas com necessidades especiais, composto por um conjunto de equipamentos que permitem exercitar os membros superiores e inferiores, as articulações e o sistema vascular.






          11.2.4. Parque da Fantasia

Com uma área de 8.850m2, no Borel, é um espaço verde urbano dotado de equipamentos infantis inovadores, para actividades de longa duração, zonas de lazer e de estadia, especialmente concebidas a pensar nos idosos, e percursos de ligação pedonal, que potenciam o uso do espaço.






          11.2.5. Parque Goa

Com cerca de 1690 m2, este espaço verde urbano localiza-se na freguesia da Damaia.
É dotado de um parque de estacionamento, mobiliário urbano, reforço da iluminação pública e um espaço central em forma quadrangular, que corresponde ao espaço verde principal, permitindo a estadia e convívio da população.



          11.2.6. Parque da Ilha Mágica do Lido

Localiza-se na freguesia da Venteira, entre a Ribeira de Carenque e a Ribeira da Amadora.

É um Parque Temático cujo tema é a água e os desportos radicais, tendo no centro um lago com 500m2, com profundidade reduzida, e uma ilha, que as crianças e pais terão que "conquistar", utilizando barcos, jangadas e o rappel para atravessar a água.





          11.2.7. Parque Terra da Bonita

Situado na freguesia da Falagueira, o Parque Terra da Bonita apresenta uma "pérgola", mobiliário urbano moderno, com bancos em carvalho, papeleiras e mesas com bancos. Conta ainda com um parque de estacionamento e uma zona ajardinada.