2.1 - Clima
O seu clima de carácter é temperado e moderado, à excepção da costa ocidental e da ponta de sudoeste, já temperado oceânico [nota 1]. Predominantemente mediterrânico, com Invernos curtos, amenos e pouco chuvosos, prolongando-se a época do estio. As temperaturas são elevadas, mas devido à orla costeira extensa e altitude das serras nunca chega a atingir as temperaturas extremas do Alentejo.
2.2 - Morfologia
O Algarve com uma área correspondente a 5,62% do continente, contem as quatro unidades morfoestruturais de Portugal (Fig. 1 em anexo, pág. 1), 1 – Rochas granitóides (maciço eruptivo da Serra de Monchique), 2 – Rochas metassedimentares que incorpora a Serra de Monchique e a Serra do Caldeirão, atravessando todo o Algarve desde o atlântico a Espanha, espraiando-se pela peni-planície alentejana, 3 - Rochas sedimentares mesozóicas constituídas essencialmente por calcários, margas, arenitos e argilas, que se diferenciam da planície litoral através de rebordo de erosão, e arribas antigas, atravessando todo o Algarve por faixas paralelas de barlavento a sotavento, 4 - A orla costeira denominada por planície litoral é formada por rochas sedimentares cenozoicas, sendo estas essencialmente formadas por areias e arenitos, argilas, calcários e margas, (baseado nas figuras 1 e 2 em anexo).
O relevo evidencia o contraste do interior da Serra algarvia com a orla sedimentar em toda a linha de costa. A Serra do Caldeirão a Nordeste do Algarve tem uma altitude máxima de 578m, a ocidente na serra de Monchique, a rocha eruptiva Foia atinge 902m e a Picota 774m [nota 2].
A faixa litoral caracteriza-se pela arriba até Quarteira, para leste, por restingas arenosas [nota 3].
De terrenos pobres formados por xistos e rochas sedimentares, pouco propícios à agricultura, foi no entanto ao longo dos anos trabalhada e moldada para a satisfação das necessidades básicas e aproveitada para culturas mais adaptadas ao cima, como a alfarrobeira, amendoeira e figueira. Ficou conhecida pela sua produção de laranja, mas esta e outras escolhas que obrigam a um regadio intenso foram uma das causas da salinização dos aquíferos. Na consequência da campanha do trigo, foram feitas arroteias nas serras do Algarve, os solos já de si empobrecidos e frágeis, foram desaparecendo a cada enxurrada, deixando grandes clareiras sem coberto vegetal.
2.3 - Hidrografia
O Algarve caracteriza-se por uma rede hidrográfica diminuta, pois as águas de escorrência e de infiltração só são visíveis na época das chuvas.
É na Serra, particularmente nas serras de Monchique e Espinhaço de Cão, a Ocidente, e do Caldeirão no sector Nordeste, que nascem os principais cursos de água da região hidrográfica designada por Bacia Hidrográfica das Ribeiras do Algarve. Salienta-se a Ribeira de Quarteira com uma bacia hidrográfica de 407 Km2 e um percurso de 35 Km). Ainda na Serra do Caldeirão nasce o rio Arade que desagua em Portimão (com uma bacia Hidrográfica no Algarve de 812 Km2 e uma extensão de 56Km) A outra bacia hidrográfica representada no Algarve é a do Rio Guadiana. Este rio nasce nas lagoas de Ruidera, em Espanha, estando somente 17% (11.580 Km2) da área da sua bacia hidrográfica em Portugal, e que corresponde, genericamente, ao que se designa por Baixo Guadiana (com uma bacia hidrográfica de 1.424 Km2 na região e 48 Km de percurso).
De entre os cursos de água do Algarve destacam-se o Rio Guadiana e o Rio Arade. Na Bacia Hidrográfica das Ribeiras do Algarve a maior parte dos cursos de água possui um regime torrencial com caudais nulos ou muito reduzidos durante uma parte do ano, correspondente ao período de estiagem pelo que, de uma forma geral, designam-se todas as linhas de água por ribeiras.
NOTAS:
[1] Carminda Cavaco, “O Algarve Oriental”, pág. 14 - 1976.
[2] Ribeiro, O. “Portugal ,o Mediterâneo e o Atlântico”, pág.161.
[3] Ribeiro, O. Idem, pág. 162.
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