07/01/09

Pólis dos Atenienses

Os helenos organizaram-se desde o final da primeira idade do ferro e início do período clássico em póleis separadas geográfica e politicamente umas das outras, com territórios pequenos, favorecendo assim os contactos comerciais.

No século VII a.C. Cílon tenta instaurar uma tirania em Atenas, mas não consegue. Dracon é escolhido para fazer um código de leis escritas, mas estas leis eram baseadas na punição, ainda que tentassem promover a liberdade. Entra-se assim num período de ‘’dysnomia’’ (falta de harmonia, desorganização). Sólon (arconte) é então encarregado de rever o processo legislativo e apresenta um novo código: ‘’Seisachteia’’, com medidas sociais, económicas e institucionais.

Ao nível das medidas institucionais, cria instituições e reformula as existentes, em que o cidadão participa directamente, sendo classes de cidadãos excluídas de algumas instituições políticas, devido a motivos económicos, pois o facto de participarem na vida política (não remunerada), tirar-lhes-ia o trabalho que têm, que é remunerado. Apesar de todas as medidas tomadas, com vista a melhoria da vida dos atenienses, entra-se de novo num clima de dysnomia.

Este clima é aproveitado pela família dos Pisistrátidas, em que Pisístrato tenta por três vezes impor-se como tirano e à terceira vez consegue. Apesar de ser um tirano, Pisístrato não ‘’tira’’ a liberdade aos atenienses, e toma medidas que promoveram a harmonia da polis. Após a sua morte, um dos seus filhos é morto e o outro afastado do poder. Surge assim Clístenes, eleito arconte (509-508 a.C.) divide os cidadãos em quatro classes, para efeitos fiscais, políticos e militares, e dividiu a Ática em três zonas (litoral, interior e urbana) e organizou tribos, que contivessem uma zona de cada. Assim conseguiu a votação com base nos interesses comuns da pólis. Consegue harmonia da polis, que é interrompida pelas invasões persas.

Após as invasões persas e vivendo-se num clima de dysnomia, Péricles é eleito para estratega desde 443 a.C. a 431 a.C., e propõe medidas politicas para aperfeiçoamento da democracia, que são aceites. Consegue assim o estabelecimento da democracia e a defesa de valores como a Isegoria (liberdade de expressão), a Isocracia (igualdade acesso ao poder) e Isonomia (igualdade perante a lei), valores fundamentais à democracia, e que condicionam a dysnomia na pólis, pelo que estes valores favorecem a liberdade, a cidadania, factor estruturante de uma pólis.

Com esta estabilidade toda, Atenas tem ideias imperialistas, que conduzem à guerra do Peloponeso (431-404 a.C.), que leva à guerra entre coligações de póleis. Depois desta guerra e depois do imperialismo macedónico sobre a Hélade, os helenos perderam a liberdade, perderam a sua cidadania, o seu modelo político (democracia), ou seja os helenos não vivem como verdadeiros helenos, não vivem numa pólis. Acaba assim o período da civilização grega clássica e entra-se no período helenístico.


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