08/03/10

Introdução (demografia)

No âmbito da cadeira Demografia e Migrações Internacionais foi solicitado pelo docente a realização de um trabalho sobre a demografia, em vários níveis: portuguesa, europeia e internacional. As partes que constituem o trabalho foram estruturadas em função desta hierarquização. Assim, a primeira parte é relativa à demografia portuguesa, caracteriza-se por um maior peso no corpo do trabalho e foi trabalhada de forma intensiva. A opção por realçar a demografia portuguesa deve-se ao maior interesse do discente nesta área, na medida em que permite compreender os fenómenos sociais actuais e a realidade vivida em Portugal, através de números.

A segunda parte incide na evolução temporal da demografia europeia, e traça o seu panorama actual, de forma sintética, com recuso ao último relatório publicado pelo Eurostat. A terceira e última parte vai fazer uma análise conclusiva da demografia mundial, de forma a permitir uma leitura equilibrada do trabalho, visto que vai permitir estabelecer ligação, que diga-se, do local (Portugal) ao global (mundo). O ensaio termina com uma curta mas “sumarenta” reflexão conclusiva, seguida da bibliografia utilizada para a sua realização.

Procurou-se fazer um trabalho transversal: começou-se com a recolha de dados, seguiu-se os cálculos necessários para responder às questões de partida, e por fim faz-se uma análise conclusiva da informação estatística.

Para introduzir maior evidência e permitir uma melhor leitura (mais fácil) dos dados estatísticos, recorreu-se a gráficos e imagens ilustrativas. Sempre que possível, foram utilizados dados provenientes de organizações credíveis e através destes procedeu-se à elaboração de gráficos.

Os gráficos, mapas ou imagens, são sempre precedidos de uma explicação, mais ou menos extensiva, que clarifica a informação que neles está contida. Procurou-se fazer referência sempre que possível a eruditos de relevo no mundo da demografia, principalmente a demógrafos portugueses, de que é exemplo Nazareth. Toda a informação proveniente da internet, que foi citada através de uma ideia ou de uma transcrição textual, está referenciada em nota de rodapé. A informação de proveniência bibliográfica, citada no corpo do texto, está referenciada no final deste ensaio.

O tema do presente trabalho é muito actual e a comunicação social faz-lhe referências com elevada frequência através de paralelismos com a sustentabilidade do Estado Social. O discente aprecia e faz leituras com regularidade sobre esta matéria. Assim, a redacção do trabalho fluiu normalmente visto que não existia um sentimento de imposição do tema, mas sim de gosto pela matéria e de proveito pelo reforço do conhecimento já existente.

A realização do trabalho interiorizou no discente a necessidade de continuar a fazer leituras regulares sobre o tema e permitiu-lhe compreender que ainda desconhece muito desta ciência, das suas relações e influências.
O termo demografia foi adoptado por Achille Guillard para classificar a ciência que trabalhava os movimentos, condições e evolução da população, numa obra publicada em 1855, que se intitula: Eléments de statistique humaine ou démographie comparée.

Em jeito de definição do tema, cito o grande demógrafo Joaquim Nazareth (1993:884), para quem a demografia é “ (…) uma ciência social de raiz biológica: os dois grandes fenómenos demográficos — a natalidade e a mortalidade — são antes de mais manifestações sócio-culturais de processos biológicos, ou seja, «naturalmente», a demografia estuda fenómenos que, sendo biológicos na origem, sofrem profundas modificações quando inseridos na sociedade. Por outro lado, em sentido restrito, a demografia procura compreender como é que o estado da população se modifica através de dois tipos de movimentos (o natural e o migratório), mas, numa perspectiva mais abrangente, preocupa-se com as causas e as consequências da evolução estrutural, da ocupação do espaço e dos movimentos da população”.

É com esta breve introdução ao conceito de demografia que vamos iniciar este ensaio.

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