11/11/07

4. Desenvolvimento da Problemática

4.1. A entrevista: algumas considerações metodológicas

A entrevista baseada num questionário pretende colher dados sobre o fenómeno de transnacionalismo e etnicidade, que os Brasileiros em Portugal praticam.

O presente relatório tem como base os dados relativos a 10 questionários aplicados a 10 brasileiros no concelho de Lisboa, com idades compreendidas entre os 20 e os 42 anos. Apesar de se seleccionar uma amostra diversificada no sentido de enviesar o mínimo a amostra, o sexo feminino mostrou-se mais receptivo, logo oito entrevistas foram feitas a imigrantes do sexo feminino e duas a elementos do sexo masculino.

O questionário contém 17 perguntas, das quais apenas 4 se apresentam sob a forma de pergunta fechada, sem possibilidade de resposta múltipla. As restantes questões são abertas e de resposta múltipla, o que permite uma maior liberdade de resposta ao inquirido. A amostra não é representativa, pelo diminuto número de indivíduos e pela predominância de determinados grupos da população na amostra. Exemplo, quadros humanos com fracas qualificações. Todavia, a importância destas respostas não deve ser descurada em termos qualitativos, pois permite apreender ideias e julgamentos da comunidade Brasileira, cumprindo assim o objectivo primordial da entrevista.

A lógica de estruturação da redacção deste relatório pauta-se por um primeiro momento dedicado à explanação da estrutura do inquérito aplicado.

Em seguida introduz-se o capítulo construído a partir da análise dos dados, iniciado por um momento em que se traça o quadro socioeconómico dos brasileiros inquiridos, seguindo-se a análise sociocultural das várias questões colocadas nas entrevistas e por fim, uma análise ás práticas transnacionais, a partir da relação que os inqueridos mantêm com o seu país natal. Em cada uma das questões tratadas existirá um subcapítulo de análise empírica, e ainda haverá lugar para a introdução de cruzamentos e respectiva análise, remetendo para os textos de apoio de Alejandro Portes. A finalizar, algumas considerações finais.



4.2. Análise dos dados

          4.2.1. Caracterização Socioeconómica

No que concerne às habilitações literárias  observa-se que um entrevistado tem o ensino primário incompleto [nota 3], quatro o ensino secundário incompleto e outros quatro indivíduos têm este nível de ensino completo, possuindo só um o ensino superior. Nesta análise adaptei os níveis de ensino utilizados em Portugal, apesar de existir diferenças nestes níveis no Brasil; no ensino primário, que no Brasil corresponde ao oitavo ano de escolaridade.

A nível profissional ramificam-se, praticando na generalidade uma economia informal, ligados ao comércio de retalho, restauração, hotelaria, telemarketing e construção civil.

Estes imigrantes saíram sobretudo de Minas Gerais (3) e Rondónia (3), e também de Amazónia (1), São Paulo (1), Rio de Janeiro (1) e Mato Grosso (1). Fazendo a comparação com a área de residência actual podemos verificar uma correlação intensa, relacionando as áreas de saída do Brasil e as áreas de acolhimento. Por exemplo, os Brasileiros que chegaram de Minas Gerais, encontram-se principalmente a residir em Loures, na freguesia de Pirescoxe e os que chegaram de Rondónia encontram-se em maior número no bairro da Fraternidade. A escolha da área de residência na generalidade das respostas, deve-se à existência de familiares, amigos ou conhecidos já a residir neste área, ao mais baixo custo da habitação e existência de trabalho que de alguma forma foi facilitado pela presença de outros brasileiros.

Quase todos os brasileiros entrevistados têm um horizonte temporal para voltar ao seu país natal, que vai de 1 a 10 anos. Somente uma imigrante não estabeleceu um prazo para voltar, mas disse que esse regresso será feito “…quando Deus permitir, mandar…”. Apesar desta resposta, deixou claro que deseja regressar, e só está em Portugal devido a problemas económicos que está a resolver, para poder regressar.

Os imigrantes habitam maioritariamente em apartamentos de tipologia T2 frequentemente dividido por mais que um aglomerado familiar. Em duas entrevistas foi afirmado que só existia uma família a habitar um T2, e somente numa situação a imigrante afirmou que vivia sozinha. Estabelecendo uma relação entre as respostas, a imigrante que vive sozinha é a que mais idade possui (42 anos), apresenta maiores indícios de integração na cultura portuguesa, pertence à classe média alta apesar de estar em situação irregular, frequenta o mestrado de Ambiente e Recursos Naturais na Universidade Nova de Lisboa. Já desempenhou funções no governo estadual, no Estado de Amazónia e com grande sentido de aventura apostou em Portugal para desenvolver a sua formação.


          4.2.2. Caracterização Sociocultural

Numa análise geral posso considerar que as respostas são muito ricas e diversificadas, apresentando alguns padrões gerais.

Questionados em relação às maiores diferenças culturais (Perg. 6) as respostas variam em função da idade, área de saída e posição social dos entrevistados. A faixa etária entre os 25 e os 42 anos identifica os relacionamentos pessoais “ (…) os portugueses são mais fechados, secos e até estúpidos…” e a gastronomia “ (…) o modo de fazer, a forma como é confeccionada e a própria composição, no Brasil leva sempre arroz e feijão…”como principais diferenças culturais. Em relação à segurança, as respostas foram dadas em função da área de saída, considerando os imigrantes que saíram de grandes núcleos urbanos, Portugal mais seguros em termos de violência e roubos, e de qualidade do parque urbano “ (…) em Portugal pode-se dormir com a janela aberta, enquanto no Brasil não…”. A religião “ (…) os portugueses não acreditam em Deus…” e o tipo de habitação “ (…) no Brasil a roupa fica estendida na área de serviço e não do lado de fora, e as casas de banho não têm banheira, só as casas do ricos…” são bastante diferentes, contudo os três factores referidos anteriormente prevalecem sobre estes.




Na generalidade, todos os entrevistados se identificam em Portugal mais com a língua “ (…) apesar das diferenças consegue-se perceber as outras pessoas…”. Apenas um refere que os Portugueses falam muito rápido, tornando difícil a sua percepção (Perg. 7). Contudo, acha mais fácil a língua portuguesa do que qualquer outra. Os restantes elementos da pergunta tiveram respostas diversas e interessantes sem nenhum padrão especial, simplesmente de acordo com a sua visão. A TV (telenovelas) aparece em segundo lugar devido às raízes e características brasileiras “ (…) a maioria das telenovelas que passam na TV são brasileiras ou são inspiradas em telenovelas brasileiras, o que me faz lembrar e sentir em casa…”.




Em relação aos elementos mais facilitadores para a integração na cultura portuguesa (Perg. 8), verifica-se que a língua e a existência de uma colónia de brasileiros em Portugal permitiram “ (…) a sensação de estar em casa…” reforçando as energias para os primeiros tempos fora de casa, onde viveram até ao dia que se aventuraram em prol de melhores condições financeiras. O facto de a língua ser a mesma “ (…) é mais fácil fazer o que me mandam, perceber o patrão e arranjar trabalho…” e apresenta-se como forma de integração fácil. O emprego “ (…) já vim contratado do Brasil…” aparece em terceiro lugar devido à disposição dos imigrantes para aceitarem trabalhos “desagradáveis” e “sujos”, o que explica o facto de conseguirem emprego, mesmo em situação de desemprego crescente. Nesta pergunta existe correlação, ainda que pequena, entre as idades dos entrevistados e a resposta “existência de uma colónia de brasileiros”, optando por esta resposta os brasileiros de idade superior.




Quanto à integração social e cultural, o fragmento da comunidade que entrevistei, na generalidade acredita ser necessário se integrar na cultura portuguesa (Perg. 9) “ (…) precisa de existir um bom ambiente entre portugueses e brasileiros para que a coisa resulte…” não por gosto mas sim por necessidade, que os coloca mais perto dos objectivos traçados. As três respostas NÂO, devem-se ao facto de estes imigrantes não gostarem da forma de ser dos portugueses “ (…) não me diz grande coisa, querer ser fria e fechada…”, e também devido a orgulho pessoal “…não quero ser o que não sou, a cultura é dos portugueses e eu não a quero…”.




Os brasileiros relacionam-se melhor com os Portugueses no trabalho e em momentos de convívio (Perg. 10). A razão de ser o trabalho a primeira opção, deve-se ao facto de não poderem escolher os parceiros de trabalho e também “ (…) poupar para ir embora para o Brasil…” de modo que não podem extravasar muito, restringindo-se mais a festas em casa de amigos brasileiros. Apesar de não quererem adoptar métodos de vivência como os portugueses, consideram que é no convívio que melhor se relacionam, considerando no entanto o convívio em segundo lugar. Em terceiro lugar aparece a formação, o que comprova que não é a cultura que procuram, mas sim recursos económicos e formativos, andando três dos entrevistados a estudar, dois no ensino secundário e um no superior. Curiosamente, a frequência dum curso superior é feito por uma imigrante que é a mais velha dos entrevistados (42 anos) e foi quem respondeu também à religião, por ser católica e ainda ser a religião uma das características dos portugueses.




Em relação aos tipos de programas que mais assistem na televisão, as respostas demonstraram-se surpreendentes. Em primeiro lugar o telejornal e em segundo as telenovelas brasileiras juntamente com filmes são a forma de passar tempo que os brasileiros mais gostam. Pelo que pode perceber, os filmes só aparecem com esta cotação porque são uma das formas de passar o tempo sem gastar muito dinheiro “ (…) vimos mais filmes no final do mês…”. Num segundo plano, as respostas são muito semelhantes, basicamente com duas respostas cada factor. A justificação destas respostas foi interessante, pois permitiu-me de forma clara perceber o “efeito” da globalização.

Em terceiro lugar aparece os canais estrangeiros, o futebol “ (…) sem falar no campeonato, já têm mais brasileiros que portugueses a jogar na selecção que juntamente com o treinador, fazem mais a selecção do Brasil que a portuguesa…”, as telenovelas portuguesas “ (…) não há telenovelas portuguesas, ou são brasileiras ou copiadas do Brasil…” e os programas de entretenimento. Defendem que qualquer programa que assistam tem presente traços da cultura brasileira. A fraca importância da rede globo para estes emigrantes deve-se em grande parte ao facto de não terem Tv cabo e serem obrigados a assistir a canais portugueses.





As idades compreendidas entre os 27 e os 35 anos, caracterizadas por terem o ensino secundário completo, responderam sempre que os locais que mais frequentavam em Portugal (Perg. 12) eram bares com música e cidadãos brasileiros e festas em casa de membros do grupo de amigos. Após este grupo etário só entrevistei mais uma imigrante, pelo que deduzo que devido à sua posição social e formação académica ela não tem os mesmos hábitos e costumes dos seus conterrâneos. Ficou saliente nas entrevistas que se a azáfama do dia-a-dia não fosse tão grande, as festas em casa dos amigos, ainda seriam em maior quantidade. As festas em casas de amigos são geralmente realizadas entre brasileiros; já a saída para bares brasileiros divide-se entre portugueses e brasileiros, com os namorados e namoradas. De todas as entrevistas realizadas, sete foram a imigrantes que possuem religião evangélica, onde consta que fazem muitas festas, por isso surge em segundo lugar as festas religiosas. A religião é um dos elementos culturais que os brasileiros mais respeitam e pelo qual se prontificam a lutar de forma mais convincente, mesmo quando estão em inferioridade e não são bem vistos pela cultura portuguesa.




Existe no seio das mulheres brasileiras um receio em relação ás portuguesas (Perg. 13). Apesar de oito entrevistados terem dito que acreditam que os portugueses olham os brasileiros de forma amiga, o estereótipo relacionado com a indústria do sexo está presente na memória das mulheres brasileiras de tal forma, que a resposta foi unânime em todas as entrevistas, com a afirmação “ (…) elas pensam que nós somos todas prostitutas e lhes queremos os maridos…”. Em relação ao sexo masculino as respostas evidenciaram semelhante preconceito “ (…) vêm os brasileiros como uns vagabundos que não querem trabalho, só querem diversão e festa…”. A resposta positiva a esta questão veio de um imigrante que sempre teve trabalho e posição social, e defendeu que não queria se integrar na cultura portuguesa.

Concluo que se ele não precisa de se integrar e se tem “ (…) uma relação de reciprocidade…” com os portugueses, conseguiu um “feito faraónico”.

A única resposta negativa talvez não corresponda totalmente à realidade devido ao reduzido tempo que a imigrante estava em Portugal, sensivelmente quatro meses, e deduzo que teve uma má imagem “ (…) os portugueses duvidam mais dos emigrantes de leste porque podem passar a perna aos portugueses por serem mais formados…” mas que esta irá melhorar.




Sete entrevistados consideram a sociedade portuguesa pacífica, formulando esta opinião devido à maior e melhor segurança que se faz sentir nas ruas da capital. Nas três respostas respeitantes a opção Dionisíaca encontra-se um padrão; as três entrevistas no conjunto de idades correspondem ás três imigrantes mais novas e duas destas não possuem o ensino secundário completo. A sua opção por esta resposta tem a seguintes razões: “ (…) os portugueses estão sempre a resmungar…”, “ (…) a forma de cumprimentar é sempre pessimista…”, “ (…) demonstra uma enorme falta de crença na melhoria de vida…” e por fim “no trabalho estão sempre chateados e muito facilmente se chateiam, não têm paciência”. A resposta da imigrante com o ensino secundário completo, que o concluiu em Portugal, considera a sociedade portuguesa guerreira por um só motivo “ (…) os portugueses lutam pelo seu umbigo …”, não sendo tão radical como as outras duas emigrantes.




Para finalizar este agrupado de respostas que caracterizam os hábitos culturais e em algumas situações se cruzaram com os portugueses, era pertinente perceber o que os brasileiros pensam se si mesmos. Mais uma vez as respostas foram surpreendentes para mim, pois esperava uma adesão de 100% para a resposta, grupo coeso. Estes não acreditam que todos os brasileiros são unidos, acreditam em pequenos grupos mais identificados com cada um dos seus elementos, formado por grandes amigos e familiares ajudando-se dentro do grupo e outros de outros grupos, caso se demonstre necessário. Sete imigrantes brasileiros responderam que constituem um conjunto coeso “ (…) lutamos pelo mesmo objectivo económico, mas se existir necessidade ajudamo-nos…” e formam vários grupos coesos dentro deste conjunto “ (…) se fores (por mim) ao Cuba Livre, devem lá estar mais de vinte grupos de brasileiros em qualquer dia da semana…”. Três imigrantes responderam que os brasileiros não são unidos, tendo estes em comum o patrão de nacionalidade brasileira “ (…) os patrões brasileiros não ajudam os outros brasileiros e tentam enganar-nos o que mais poderem…”, “ (…) até os africanos são mais unidos. Os brasileiros são uns a puxar o tapete de outros…” o que pode ter influenciado a sua resposta. Acredito que se não fosse o caso, as respostas não teriam sido negativas mas sim afirmativas, já que só justificaram o facto de não serem unidos devido aos baixos salários e muitas horas de trabalho que têm de laborar ao serviço dos patrões brasileiros.





          4.2.3. Relacionamento com o país de origem

A relação mantida com o Brasil (Perg. 16) está longe de ser a desejada para o conjunto de brasileiros que entrevistei. As respostas obtidas dão por certo que a família são o elo de ligação ao Brasil, surgindo as remessas com consequência disso mesmo “ (…) tenho de enviar dinheiro para ajudar a família…”. Das cinco respostas afirmativas ao envio de remessas todos afirmam que estas se destinam a ajudar a mãe e os filhos, existindo apenas um que tem uma reserva de poupanças para quando regressar ao Brasil.

Curiosamente em nenhum caso se verifica o envio de remessas para o conjugue e em duas respostas os entrevistados disseram que enviam dinheiro não só para a mãe mas também para os filhos que tinham ficado no Brasil.




Entre estes não se verificam remessas para investimentos mas tem muito interesse em ajudar o país, utilizando o dever e direito cívico, o voto eleitoral. No conjunto das dez entrevistas encontrei uma opinião unânime em relação a esta matéria “ (…) tenho que perder dois dias de trabalho para poder ir ao consulado, um dia para o cadastro e outro para votar…” no mau funcionamento das instituições, nomeadamente o consulado brasileiro onde estes poderiam exercer o seu dever cívico, há demasiada burocracia associada ao voto e há cada vez mais elevada descrença nas classes politicas “ (…) são todos corruptos, é uma perda de tempo…”. Por outro lado o facto de grande parte dos entrevistados estarem ilegais (sete) também não permite que estes possam exercer o seu direito cívico “ (…) estando ilegal não posso votar…”. Por fim, para além daqueles que não podem votar por estarem ilegais e aqueles que não votam pela elevada burocracia, ainda existem os que não votam porque dá menos trabalho pagar a multa no Brasil, que é de sete reais por cada ano que não votou “ (…) é mais fácil pagar a multa no Brasil, porque é um valor insignificante em relação ao custo do tempo perdido para poder votar…”. Existiram duas respostas em que verifiquei o exposto anteriormente, acreditando no entanto que uma diminuição na burocracia actual eliminaria este tipo de respostas, tendo no contexto geral, o grupo mostrado interesse em participar na vida politica. Este aspecto pode-se verificar com o actual líder brasileiro, Lula da Silva, escolhido pelo povo no sentido de alterar o rumo do Brasil, dizendo chega ao domínio da elites.

É característico entre os brasileiros uma enorme vontade de se rodear de recordações, momentos, situações que os façam sentir em casa (Perg. 17). Estão frequentemente em contacto com os seus familiares e amigos mais próximos utilizando para isso o telefone e a internet.



A escolha destes meios de comunicação deve-se à utilização universal, ao mais fácil acesso e a um menor custo de utilização “ (…) é mais fácil, mais barato e está sempre alguém na hora combinada à espera do telefonema…” e também permite ouvir, no caso do telefone e ver no caso da internet, em tempo real os seus familiares, podendo ouvir a voz e responder, o que por carta era impossível “ (…) se enviar uma carta, ela demora a chegar lá um mês, e demora outro mês a chegar cá a resposta…”. A internet aparece em segundo lugar porque alguns familiares dos imigrantes que estão no Brasil são de áreas interiores onde apesar de não existir internet não têm formação que lhe permita aceder a esta tecnologia, recorrendo ao telefone. A televisão devido a programas que os brasileiros gostam (telenovelas) e informações passadas por outros imigrantes levam alguma informação a estes, já funcionam em rede, logo as áreas de saída são semelhantes ás de chegada criando um corredor de informação contínua que apesar de desactualizada possui alguma importância para eles.

Informação por rádio e através de revistas é ocasional, não tendo uma procura “ (…) quando vou a uma papelaria olho as revistas brasileiras, mas não as compro…”.




NOTAS:

[1] No ensino primário englobei desde o primeiro ano até ao nono ano, altura em que passa para o ensino secundário.

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