A par de outros objectivos frequentes neste tipo de mega-eventos, como os que visam uma ampla e diversificada oferta cultural e o investimento em projectos de reabilitação urbanística, estas exposições mundiais têm uma forte presença política, de carácter estratégico, para a promoção de um país ou de uma cidade em fase de procura de distinção Internacional.
Esta presença política, actua de forma a proporcionar visibilidade externa e afirmação Internacional, já que não são as grandes capitais políticas e económicas dos países centrais as habituais anfitriãs destes mega-eventos, mas sim os países que ambicionam ser reconhecidos no cenário Internacional, como o caso de Portugal, ou de cidades secundárias de países centrais, que pretendam ser mais reconhecidas, como o caso mais recente de Sevilha ou Hanover.
A exposição de 1998 teve como objectivos principais o reposicionamento do País no novo contexto europeu, devido ao deslocamento do eixo da Europa para Leste, que exigia uma redefinição do lugar de Portugal dentro do espaço da CEE, pela afirmação daquilo que é específico do nosso País; a reafirmação de uma vocação nacional, no sentido de servir como veiculo de promoção de uma ideia portuguesa que defina os campos onde a contribuição de Portugal para o progresso da Europa e do Mundo possa ser mais sensível; a renovação urbana, pois a alta percentagem de equipamentos e instalações duradouras que a sua construção exige, podem e devem contribuir para recuperar e dar vida ao espaço onde se insira; a comemoração dos descobrimentos, realizando-se em 1998, a exposição tem como objectivo comemorar o quinto centenário da chegada de Vasco da Gama à Índia, representando este o ponto mais alto das Comemorações dos Descobrimentos Portugueses; o estímulo económico, na medida que gera um grande número de empregos e permite fortalecer a economia nacional, contribuindo para a expansão de determinados sectores da indústria nacional e a promoção turística, pois sendo um acontecimento internacional, a exposição foi divulgada por os media e atraiu a atenção sobre Portugal. Foi devido á exposição que se verificou a maior afluência de turistas a Portugal desde sempre, e que se prevê que tenha um impacto duradouro no mercado da procura turística, no sentido de ter cativado os visitantes a voltar.
Assim conseguiu difundir tanto no interior do País como no estrangeiro uma imagem renovada, assente em parâmetros de modernidade que habitualmente definem e identificam os Países mais desenvolvidos, causando reacções de agrado na população Portuguesa, a qual afirmava aquando da visita a este espaço “…parece que estamos no estrangeiro…”, devido á novidade, modernidade, organização, conforto, harmonia e segurança que este oferecia.
Em suma, a Expo`98, foi uma imagem de civilização que se quis implantar no País e exportar para o exterior. Teve imenso sucesso, foi aplaudida na data e posteriormente á data, por as enumeras actividades que após a realização da Expo`98 se realizaram neste espaço, de forma a tentar reaver o capital investido e dar vida á enumeras infra-estruturas existentes, tentando não seguir o exemplo de Sevilha, que ainda nos dias de hoje não apresenta lucros do espaço utilizado pela exposição de 1992, mas sim despesas de manutenção, devido á sua má gestão.
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