14/06/09

A Moeda do Portugal Moderno (séc. XV-XVI)

Para esta abordagem adoptou-se o volume V da Nova História de Portugal, cuja coordenação é da autoria de João José Alves Dias (1998) por ser a mais recente compilação de informação que incorpora esta matéria, e também, a obra de A. H. Oliveira Marques, Volume I da História de Portugal – Das origens aos Renascimento (1997).

Entre os séculos XV – XVII verifica-se a existência de boa moeda. As remessas de ouro vindas das feitorias da costa ocidental de África abasteciam o reino fazendo com que o metal não faltasse. O valor da moeda foi gradualmente aumentando para evitar que a moeda, nomeadamente a de ouro, saísse para fora do reino. A título de exemplo, a moeda de ouro de Castela era pobre, tinha um valor intrínseco inferior ao valor nominal. Assim, Castela via em Portugal uma boa forma de trocar boa moeda por má moeda.

Se por um lado existia boa moeda de ouro e com alguma quantidade o mesmo já não acontecia com a moeda de prata que escasseava por todo o reino. Somente no reinado de D. João II se conseguiu equilibrar as quantidades entre estes dois metais, “ (…) em parte graças à conjuntura internacional e, depois, à chegada da prata da América”. (João José Alves Dias, pág. 255).

A moeda era sempre cunhada em nome do rei e era feita nas Casas da Moeda, que existiam em Lisboa, Porto, e também em Beja, e nunca tinha inscrito o valor, nome, nem data da emissão tornando-se necessário conhecer o desenho, tamanho e material de fabrico para a sua identificação.

Entre 1475 e 1580 verificam-se em Portugal dois grandes ciclos: primeiro até 1550 /1555, com emissão de boa moeda com poder liberatório, e um segundo período posterior a 1555, em que a moeda não tem poder liberatório, ou seja, o valor da moeda não é proporcional com o valor do metal.

No ano de 1472 D. Afonso V para fazer face ao sangramento da boa moeda e ao entesouramento de particulares implementou uma reforma monetária que visava sobretudo diminuir a escassez da prata numa altura em que apenas “ (…) circulavam três moedas, duas em grande quantidade – os cruzados de ouro e os ceitis de cobre – e uma com grande raridade – os espadins de bolhão, prata bastante fraca”. (João José Alves Dias, pág. 256).

D. João II alem de emitir cruzados em sequência com o trabalho do seu pai, também mandou fazer uma moeda de ouro, muito valiosa, para fazer publicidade no estrangeiro demonstrando o poder da coroa portuguesa. Nesta moeda fez umas alterações: retirou todas as armas pessoais das moedas; endireitou os escudetes laterais (verticalização) e colocou 5 dinheiros em cada escudete.

D. Manuel I quando sobe ao trono o reino estava dotado de moeda boa e estável.

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