O presente trabalho tem como objecto de estudo a fileira das pescarias. O objectivo do trabalho é perceber se actualmente a ética desempenha um papel activo na gestão sustentável das pescarias, ou se ainda é um instrumento negligenciado, apesar de todo o seu potencial para harmonizar as relações nas vertentes: Ser Humano Vs Ser Humano (políticos/pescadores) / Ser Humano Vs Recursos Haliêuticos (pescadores/recursos). Para isso, primeiro vamos diagnosticar o estado das pescarias a nível nacional e mundial. De seguida, num segundo momento, vamos analisar a legislação em vigor, para ver se comporta outras correntes éticas para além das antropocêntricas (vertente política), e, num terceiro momento, perceber se os marítimos consideram ou aplicam questões éticas na sua actividade profissional (vertente dos pescadores). Os últimos dois momentos são importantíssimos. De forma sucinta, mas fundamentada, incorporam o cruzamento de toda a informação, procurando responder a uma indagação primária para a temática: nas Convenções/Eventos e Legislação quais são as correntes éticas mais e menos representadas, e quais as ausentes? Num quarto e último momento, de forma concisa, analisaremos a participação da sociedade civil nos assuntos das pescarias, introduzindo a cidadania ambiental no ensaio.
As metodologias a utilizar são sobretudo qualitativas e quantitativas, numa perspectiva associativa, avaliativa e crítica, referentes a todo o processo das pescarias (Vala, 1986). É com fundamento nestas metodologias que se estruturou o trabalho em quatro secções: (1) Sector das Pescas; (2) Convenções e Legislação do sector; (3) Legislação e Correntes Éticas Presentes na actuação; (4) Informação e Participação da Sociedade Civil nos assuntos das pescarias. Todo o trabalho está redigido de forma concisa mas reflectida. Optou-se por não fazer conclusão para reduzir a dimensão do trabalho, mas também porque todo o texto foi concebido de forma conclusiva, evitando essa reflexão final.